sábado, 1 de fevereiro de 2014

1ª VIVÊNCIA DE CONSTELAÇÕES SISTÊMICAS NA JUSTIÇA CRIMINAL


Postado no Facebook por Sandra Cainelli Bittencourt 

O Trabbalho a seguir  foi feito  por SAMI STROCH - Juiz de Direito no Estado da Bahia, atualmente em exercício nas Comarcas de Amargosa e Lauro de Freitas. Graduei-me na Faculdade de Direito da USP, cursei Mestrado em Administração Pública e Governo (EAESP-FGV/SP) e diversos cursos de formação e treinamentos em Constelações Sistêmicas Familiares e Organizacionais segundo Bert Hellinger. Meu foco é a aplicação prática, no exercício das atividades judicantes, dos conhecimentos e técnicas das constelações familiares. O objetivo é utilizar a força do cargo de juiz para auxiliar na busca de soluções que não apenas terminem o processo judicial, mas que realmente resolvam os conflitos, trazendo paz ao sistema.Amargosa/BA



O EVENTO LOTOU O SALÃO DO JURI DA COMARCA DE AMARGOSA/BA

Justiça Criminal da Comarca de Amargosa promove palestra vivencial de constelações familiares com o tema “A VIOLÊNCIA NAS FAMÍLIAS – ORIGENS E SOLUÇÕES”

As constelações colocaram frente a frente representantes do assassino e da vítima, do traficante antigo e do jovem traficante, bem como de seus familiares.
No dia 19 de dezembro de 2013, realizou-se pela primeira vez uma vivência de constelações familiares na Justiça Criminal, com o tema “A Violência nas Famílias – Origens e Soluções”, para a qual foram convidadas as partes envolvidas (vítimas e agressores) em cerca de 80 processos da Vara Criminal da Comarca de Amargosa originados de conflitos familiares, além de advogados, membros da polícia, do Conselho Tutelar, do CRAS, do CAPES e do CREAS. O evento foi divulgado na imprensa local e contou também com a presença de outras pessoas interessadas, que compareceram espontaneamente.
O EVENTO LOTOU O SALÃO DO JURI DA COMARCA DE AMARGOSA/BA
O salão do juri ficou lotado com a presença de 110 pessoas, das quais 66 disseram estar envolvidas em processos da Justiça Criminal (29 como réus e 37 como vítimas); outras 7 disseram estar ali por serem familiares de réus ou vítimas; e 37 disseram ter interesse pessoal ou profissional, apesar de não terem envolvimento direto em fatos que resultaram em processos criminais.
Depois de lotado o salão, outras tantas pessoas que continuaram chegando não puderam entrar, e lhes foi prometido que em breve haverá outras atividades semelhantes.
O juiz Sami Storch, titular da Vara Criminal da Comarca de Amargosa, iniciou os trabalhos com uma palestra sobre Bert Hellinger, as constelações familiares e a visão sistêmica da violência, na qual foram tratados temas como as ordens sistêmicas dos relacionamentos, os fatos do passado familiar que podem levar alguém a envolver-se em atos de violência como agressor ou vítima e a explicação de Bert Hellinger sobre a consciência boa e má, decorrente da lealdade de cada um ao seu sistema familiar.
Em seguida foi feita uma meditação, onde as pessoas puderam se visualizar incluindo e acolhendo os excluídos da sua própria família e também olhar para o sistema familiar do outro, sentindo os efeitos dessa inclusão.
Meditação permitiu que cada pessoa presente visualizasse sua própria constelação familiar
Depois, foi explicado o procedimento das constelações e proposto que os profissionais presentes apresentassem questões com as quais estivessem lidando, para que pudéssemos observar as dinâmicas sistêmicas envolvidas por meio da colocação da constelação.
Representantes vivenciam o encontro de um filho com seu pai assassinado.
FORAM COLOCADAS DUAS CONSTELAÇÕES.
A primeira, apresentada por uma promotora de justiça, dizia respeito a uma mulher acusada de abandono e maus tratos contra o filho. Foram colocados representantes para os dois, que não conseguiam se olhar. Com o desenvolvimento da constelação, mostrou-se que aquela família estava sofrendo as consequências do assassinato do pai do garoto, e depois de serem incluídos representantes do pai e do assassino, a mãe e o menino puderam finalmente se olhar como mãe e filho.
Constelação demonstrou a dinâmica familiar que tornou o jovem vulnerável diante do tráfico de drogas.
Através de representantes, vimos o efeito da inclusão dos familiares e do correto posicionamento do Conselho Tutelar. Na foto, jovem se defronta com o traficante.
A SEGUNDA QUESTÃO foi trazida por uma conselheira tutelar e tratava de um jovem envolvido com o tráfico. A colocação de representantes para o rapaz e sua família de origem, incluindo a mãe esquizofrênica (já falecida) e o pai que ele não conheceu, lhe deu firmeza e segurança. Colocamos também um representante para um traficante, e foi surpreendente observar como foi necessário que o garoto assumisse uma postura de respeito e gratidão em relação ao traficante para que este se afastasse.
Por enquanto, deixo os leitores com esses resumos. Em breve divulgaremos as datas das próximas vivências de constelações na Justiça, e os que tiverem interesse em participar serão bem vindos!

                   




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