domingo, 19 de janeiro de 2014

DECLARAÇÃO DA MINHA AUTO-ESTIMA

(*)Virginia Satir - "Em contacto íntimo"
EU SOU EU.
No mundo inteiro, não há ninguém exatamente como eu. Alguns possuem características parecidas às minhas, mas ninguém as tem estruturadas exatamente do mesmo modo que eu. Como consequência, tudo o que vem de mim é autenticamente meu porque só eu fiz a eleição.
Reconheço como minha a minha pessoa inteira:
o meu corpo, incluindo tudo o que faz;
o meu espírito, incluindo todos os seus pensamentos e todas as suas ideias;
os meus olhos, incluindo as imagens de tudo quanto percebem;
os meus sentimentos, qualquer que seja a sua natureza -cólera, alegria, frustração, amor, decepção, excitação;
a minha boca e todas as palavras que pronuncia, corteses, amáveis ou grosseiras, decentes ou indecentes;
a minha voz, doce ou agressiva;
e todas as minhas acções, que se remetam para os outros ou para mim mesmo.
Reconheço como minhas as minhas fantasias, os meus sonhos, as minhas esperanças, os meus temores.
Reconheço como meus os meus triunfos e os meus sucessos, todos os meus fracassos e erros.
Porque reconheço como meu tudo o que me pertence, posso chegar a conhecer-me a mim mesmo intimamente. Atuando assim, posso amar-me e relacionar-me bem com cada uma das partes do meu eu. Então, tenho a possibilidade de que todo o meu eu trabalhe para melhorar os meus centros de interesse.
Sei que há aspectos meus que me preocupam e outros que ignoro. Mas quanto mais sentimentos  amistosos e afetuosos tiver em relação a mim mesmo, mais posso procurar com coragem e esperança as soluções para os meus problemas e os meios para me conhecer melhor.
Pouco importa o aspecto que tenho, o que digo e o que faço, o que penso e professo num dado momento; sou eu, é autêntico, e isso representa onde me encontro neste momento preciso.
Quando recordo mais tarde a impressão que pude dar, o que disse e fiz, o que pensei e professei, pode ocorrer que algumas partes do meu eu me pareçam incongruentes. Posso eliminar o que não me convém, guardar o que se revelou adequado e inventar algo novo para substituir o que eliminei.
Posso ver, ouvir, sentir, falar e actuar. Tenho instrumentos que me permitem sobreviver, estar perto dos outros, ser útil, dar um sentido e uma ordem ao mundo das pessoas situadas fora de mim.
Sinto-me dono de mim e responsável por mim próprio, e por isso posso construir-me a mim mesmo.
Eu sou eu! 

QUEM É VIRGINIA SATIR?

(**)VIRGINIA SATIR (26 de junho de 1916 - 10 de setembro de 1988), Assistente Social de formação, foi  notável autora e psicoterapeuta norte-americana, conhecida sobretudo pela sua abordagem de terapia familiar e por seu trabalho com constelações sistêmicas.   É também  conhecida por criar o "Virginia Satir - Change Process Model", um modelo psicológico que foi desenvolvido através de estudos clínicos. Gurus organizacionais e de gestão da mudança das décadas de 1990 e 2000 abraçam esse modelo para definir como mudanças influenciam nas organizações. Em  1962, permitindo-lhes iniciar o primeiro programa formal de treinamento em terapia de família já oferecido.  Virginia Satir incentivava, outros terapeutas a se concentrarem nas famílias, em vez de pacientes individuais. Segundo ela, “a família é um microcosmo. Ao saber como curar a família, eu sei como curar o mundo ". Com este panorama, estabeleceu grupos de formação profissional do modelo Satir no Médio Oriente, no Oriente, na Europa Ocidental e Oriental, na América Latina e na Rússia. Seu pensamento e as  esculturas familiares que criou influenciaram Bert Hellinger autor da proposta terapêutica de Constelações Familiares.
Uma das ideias mais inovadoras de Satir na época era a de "questão presente" ou "problema de superfície", isto é, a ideia de que a questão que se apresentava raramente era o problema real, mas sim a forma como as pessoas lidavam com a questão criava o problema.  Ela também ofereceu sugestões para os problemas específicos que a baixa auto estima pode causar nos relacionamentos. Seu trabalho todo foi feito sob a égide do "Tornar-se mais plenamente humano".
Virginia Satir desenvolveu um vasto repertório de técnicas terapêuticas. Seu trabalho estava direcionado fortemente à comunicação, na qual conduzia os membros familiares que vinham para psicoterapia ou aconselhamento a uma permuta aberta, apoiando-os nisso.

SEU TRABALHO SE BASEIA NOS SEGUINTES PRINCÍPIOS:


- a mudança é possível.
- temos dentro de nós todos os recursos de que precisamos para um desenvolvimento e crescimento pessoais  bem sucedido.
- cada um de nós sempre age no momento oportuno tão bem quanto pode.
- na medida em que concordamos com nosso passado, cresce também a nossa capacidade de dominar o presente.
-os seres humanos se unem devido as suas semelhanças e crescem através de suas diferenças.
- todos nós somos manifestações da mesma força vital.
-relacionamentos humanos saudáveis baseiam-se no equilíbrio de valores.
-quando conseguimos levantar a auto estima do cliente, e ele pode aceitar a si mesmo e ao outro como ele é, conseguiu-se a base para uma transformação.
Segundo a metáfora do iceberg de Satir, só podemos ver o cume do comportamento do cliente. Contudo, isso depende das posturas, percepções, sentimentos, expectativas e anseios na base de um “EU”.
Satir denominou também de “TÉCNICA DA FAMÍLIA SIMULADA” a escultura familiar desenvolvida por ela. Neste método, os membros familiares são colocados a fim de tornar clara a estrutura familiar através de uma representação espacial dos relacionamentos. Os papéis são assumidos pelos próprios membros familiares ou participantes do workshop, e cada membro familiar mostra sua imagem da família. Fica visível para todos como as formas de comunicação e regras familiares são vividas de formas diferentes por cada um deles.
(**) Texto  composto a partir de informações contidas no portal Wikipédia e outras postagens da Internet.

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