quinta-feira, 25 de julho de 2013

VINCULO COM OS ANTEPASSADOS


EM UMA FAMÍLIA,  TODOS ESTÃO PRESENTES 


(*) Mazé Fontes
Ao se falar de Constelação Familiar,  terapia  que atua  nas  questões  do cliente, tendo o olhar  e foco direcionados para  as dificuldades vividas pela família de origem,  algumas pessoas  confundem esta abordagem com religião. Principalmente  com espiritismo. Temendo esta conexão, se afastam,  sem  conhecimento prévio. Aqui neste artigo, vamos explicar o que é possível e valido entender sobre um dos pilares  em que se apoiam as Constelações Familiares: o vinculo com os antepassados.
O primeiro vinculo que mantemos com o mundo é a família que funciona como suporte  e átomo da  existência.  O único meio de  se chegar à vida  é  através de pai e mãe. Não há outro. Quando nascemos, nossos pais já estão  inseridos,  social e biologicamente, em suas famílias de origem. Ou seja, todos aportamos no mundo  por meio de  uma família.  O  grupo que nos gera, ao longo do tempo, recebeu varias denominações.  Tem sido chamado, pela antropologia e pelas ciências humanas,  de gens,  hordas,  tribos, sociedade , etc.  Sua denominação e  composição têm  sido variável.   Ainda assim, o núcleo familiar continua sendo a base social  da organização humana e o portal por onde a vida encontra um caminho para  existir. Através deste núcleo que nos faz SER e ESTAR  na vida, um campo de possibilidades, então,  se abre. Entramos para  a existência  por  este campo,  com tudo que ele contem. Herdamos  daí, do portal da vida,   uma densa trama da alma familiar que zela pelo nosso pertencimento e, em geral, tece o nosso destino. Somos indivisíveis deste tecido de geração da vida,  desta alma familiar. Para sempre,  seguimos  com   suas características    que se expressam   na  constituição  biológicas, físicas, emocional, nos talentos, dons,  e,  as vezes,  nos comportamentos.
Ao falarmos desta alma familiar estamos falando de uma força que  transcende à nossa psique,    historia individual  e  ao tempo linear em que vivemos.  Ela é  plena de memória, amor  e sabedoria. Tudo sabe e contém. Desse modo, nutre nossos sentimentos e emoções. Suporta nossas dores, desconfortos e sintomas. Entende-se que faz parte de uma alma maior,  a alma universal,  que abriga todas as almas individuais e familiares,  da qual somos  filhos privilegiados.
Como um Rio,  a alma familiar  fluí para  todos que fazem parte dela. No seu fluir inclui e zela pelo pertencimento de cada   membro   da família; põe ordem,   colocando cada indivíduo,   no seu lugar de pertencimento,  abre   para todos espaço  de amor. Como o rio permanece vinculado à fonte que alimenta seu curso, todos nós, para sempre,  permanecemos vinculados às  nossas famílias e  almas familiares .
As constelações Familiares  agem nos movimentos  desta alma vinculada,  no seu saber e memoria, onde nada, do que um dia existiu, se perde.   Tudo que nela  for colocado, ( historias,  sonhos, sofrimentos vividos ou causados, etc.) em algum nível e tempo, será  compartilhado  por  alguém de outra geração,  próxima ou distante. Isto acontece através de uma força que Bert Hellinger (o criador das Constelações Familiares) chama de “consciência comum e coletiva”. Esta consciência inclui todos: antepassados e descendentes ou sucessores. Antepassados e sucessores compõem uma extensa  cadeia familiar. Na “imensa vida”    várias gerações de antepassados e descendentes permanecem juntas, em sintonia, e reciprocamente conectados com o destino individual e familiar,  reafirmando    a compreensão de  que,  em uma família,  todos estão presentes: os que SÂO, os que FORAM e os que NÃO PUDERAM SER.
Nisso não há nada religioso nem qualquer ligação com a doutrina espirita.
(*) Assistente Social –CRESS-SP 1648- Facilitadora de Constelação Sistêmica Familiar




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