Mazé Fontes (*)
As constelações
familiares também ajudam casais com dificuldades no relacionamento conjugal. A
relação entre o homem e a mulher é básica nessa terapia que tem como foco os “movimentos da alma” . A questão do casal
é vista pela Constelação Familiar a
partir de contextos existenciais mais amplos. Ela examina, por exemplo, no
sistema familiar de ambos, a relação entre vivos e mortos, entre agressores e
vítimas, a guerra, mortes precoces, o exílio, os conflitos de nacionalidades ou
religiões.
O amor em si, ou
apenas o amor, não é suficiente para manter ou salvar a relação conjugal. Algo
mais influi. O que se tem percebido através das constelações familiares é que
as desordens do amor e os destinos difíceis vividos por antepassados (de um dos
pares ou de ambos) voltam a se repetir
afetando com seus efeitos a relação conjugal e as relações familiares.
“O sucesso do amor entre o homem e a mulher talvez seja o
nosso anseio mais profundo, e o fracasso desse amor faz parte de nossos medos e
sofrimentos mais intenso,” diz Bert Hellinger. Para que o amor dê certo, os
parceiros tem que respeitar as ordens do amor: pertencimento, hierarquia e
equilíbrio de troca. Desconsidera-las cria emaranhamentos (necessidade
inconsciente de alguém repetir a vida, o destino ou a culpa de um antepassado)
contribuindo para que a separação aconteça.
A prática das constelações familiares têm apontado para o
fato de que muitas das dificuldades de relacionamento conjugal estão associadas
ao emaranhamento que envolve a alma familiar do casal. Os parceiros continuam vinculados a seu sistema de origem. E a este são
fieis. Isto é lei natural da alma. Esta hipótese de trabalho exige atenção
inicial para o que ocorreu na história do casal, em sua família de origem.
Investiga-se o que aconteceu por obra do destino ou por responsabilidade
pessoal de um ou de ambos os parceiros.
Entre outros, os
fatores que podem levar o casal ao limite do relacionamento, encontram-se:
vínculos anteriores não honrados; ocorrências traumáticas no relacionamento
conjugal; a ordem confiável na família; acontecimentos e destinos trágicos nas
famílias de origem; o fluxo do amor interrompido; a fascinação de um parceiro pela morte;
comportamento cego de ambos os parceiros com respeito a destinos e eventos
anteriores.
Em fim, no atendimento de casal, a constelação familiar funciona como
ação terapêutica e acontece no campo da família atual e de origem. O ato
terapêutico interrompe interações
destrutivas presentes no relacionamento, torna conhecido, o emaranhamento
que vincula os dois às dificuldades de gerações anteriores na família de ambos
e possibilita ao casal experiências e soluções importantes no âmbito da alma.
(*) Mazé Fontes – Assistente Social –CRESSP 1648 –
Facilitadora de Constelação Familiar Sistêmica
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