Vera Lucia Muniz Bassoi (*)
“Em uma família todos estão presentes: os que
são, os que foram e os que não puderam ser”, quero falar um pouco sobre os que
foram e os que não puderam ser – OS MORTOS.
Não importa qual seja a
questão do cliente, quando vamos
facilitar uma constelação, verificamos que a grande dor do ser humano é a
separação, principalmente a causada pela
morte.
Quero falar sobre isso do
ponto de vista de quem não está mais no corpo físico. Essa é a grande vantagem
de quem trabalha com as constelações familiares, poder observar diretamente
como é que os mortos, do sistema em questão, estão se sentindo. E isso é possível porque
pessoas vivas podem ser representantes de pessoas mortas e, por ressonância energética são captadas as
sensações e emoções daqueles que continuam vivos em outra dimensão.
Precisamos acabar com a crença
de que quem morreu, descansou! Isso é
falso. Nas constelações vemos representantes de pessoas que morreram nas
guerras, em acidentes, assassinados, ou que se suicidaram e os que foram
vítimas de abortos provocados, mostrando
intenso sofrimento emocional e físico, pois lhes falta a consciência de que já estão em outra
dimensão. Estes seres ficam presos na dor. Os abortos provocados se afastam da
representante da mãe invariavelmente e expressam que sentem seus corpos sendo
destroçados. Quem morreu queimado, mesmo que o representante desconheça o fato,
sente-se pegando fogo, ardendo, dores insuportáveis, dificuldade de respirar.
Muitos, muitos mesmo, permanecem em sofrimento físico, independente do tempo em
que o fato ocorreu. Essas almas podem ser curadas pelos facilitadores de
constelação que, durante o processo, lhes trazem a consciência de que já estão
livres do corpo e são apenas energia e luz. No entanto, é preciso saber fazer
isso com muito cuidado, respeito e, sobretudo, com amor. É preciso aprender a fazer isso, pois, aquele que
acha que é só chegar e dizer para o outro: - escuta, você já morreu, e só está
aqui atrapalhando porque está no lugar errado, etc... corre o risco de causar um dano ainda maior.
Não é fácil lidar com essa situação! Eu mesma tive que aprender O COMO fazer, e
procuro ensinar àqueles que se interessam em desenvolver esse aspecto da cura das
almas. É importante deixar claro que isso nada tem a ver com religião.
Outros “mortos” carregam a
raiva, o ódio, a mágoa daqueles dos
quais se acham vítimas e vemos a manifestação das dores emocionais através do
comportamento dos representantes. De repente vem à tona alguma situação
ocorrida no sistema familiar do cliente, o qual pode se lembrar, por exemplo,
de alguma briga por herança. Aquele que morreu não encontra a Paz enquanto não
houver a oportunidade de se confrontar com a pessoa que o lesou ou que foi por
ele lesado. Isso também cabe ao facilitador da constelação saber como proceder,
tendo, da mesma forma, todo cuidado, respeito, não julgamentos, não tomada de
partido, para que haja a reconciliação e os que já se foram possam encontrar a paz.
Pois bem, eu
poderia ficar aqui citando casos e mais casos de
diferentes ordens de conflitos ou de desordens emocionais, e a oportunidade de
tomarmos consciência de que todos esses mortos podem ser curados, durante a
constelação, é o ponto mais intrigante para mim, pois numa só constelação
observamos a cura de muitas almas ali envolvidas na história de vida do cliente
ou de sua família. Enfim, é visível que quando os mortos encontram a Paz, todo
o sistema familiar pode entrar novamente em harmonia. Finalizando
é bom
deixar claro que não tem Constelação Familiar
nada a ver com religião.
(*)- Graduada em Ciências Sociais e Políticas pela
USP.
Idealizadora e administradora da
CBCS-
Facilitadora de Constelação Familiar
Sistêmica
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