Escrito por Ana
Lucia Braga
Nas constelações
familiares são abordados problemas pessoais de todas as ordens; problemas de
relacionamentos que afetam o casal, dificuldades entre irmãos, entre pais e
filhos... As constelações empresariais permitem uma visão clara e objetiva dos
emaranhados dentro de empresas, organizações, comércios, consultórios,
departamentos etc.
No campo
sistêmico é possível verificar as origens dos conflitos e experienciar novas
soluções, possibilitando uma melhor dinâmica de funcionamento para a empresa.
O campo do
cliente, nas Constelações, é configurado com o auxílio dos participantes do grupo
(ou com figuras), que se colocam como em um teatro, disponíveis para
representar os familiares ou elementos do sistema a ser trabalhado. O cliente
posiciona os escolhidos e passa a observar a movimentação que se segue.
A representação é
parte do fenômeno que ocorre neste tipo de trabalho, onde o terapeuta e os
participantes disponibilizam suas percepções para "ver" o que
acontece na dinâmica do sistema configurado. Este "ver" dá-se de
diversos modos: as pessoas têm sensações físicas como dores, calor, frio,
suores; sentimentos diversos como alegria, raiva, tristeza, desconfiança, entre
muitos outros. E há, na maioria das vezes, o reconhecimento pelo cliente do
comportamento, dos sentimentos, do modo como a pessoa representada é ou foi na
realidade, por vezes com a detecção de sintomas físicos, mesmo não tendo o
representante dado nenhuma informação sobre o que ocorre em seu sistema e sobre
as pessoas representadas. A este fenômeno chamamos ressonância mórfica. O
terapeuta, então, faz a sua leitura do que está física e espacialmente colocado
no campo da representação do sistema familiar do cliente e dá o direcionamento
que percebe adequado ou necessário, buscando não a expressão de sentimentos e
sim a ordem sistêmica, segundo as leis sistematizadas pelo terapeuta e filósofo
alemão Bert Hellinger, visando a reconciliação e o restabelecimento do fluxo
amoroso.
A percepção dos
representantes, utilizando a mente expandida, é a mesma que o terapeuta utiliza
dentro deste campo energético que se abre ao se configurar um sistema, seja ele
familiar ou empresarial. É a partir dele que se abre também a possibilidade de
movimentos e do restabelecimento da ordem e do equilíbrio, o que significa
possivelmente a eliminação do sofrimento da pessoa e também de outros elementos
do sistema, mesmo que esses elementos não estejam presentes no momento da
constelação, é o que tem sido observado em depoimentos de inúmeras pessoas que
constelaram. Este fenômeno ocorre em função dos “campos”, dos quais fazemos
parte.
O biólogo Rupert
Sheldrake propõe a idéia dos campos morfogenéticos, que nos auxilia na
compreensão de como os sistemas adotam suas formas e comportamentos
característicos, no caso das famílias, padrões de sofrimento que muitas vezes
se repetem geração após geração. “Os campos morfogenéticos são campos de forma;
campos padrões ou estruturas de ordem. São campos que levam informações, e são
utilizáveis através do espaço e do tempo sem perda alguma de intensidade depois
de terem sido criados. Eles são campos não físicos que exercem influência sobre
sistemas que apresentam algum tipo de organização inerente.” Estes campos
organizam não só os campos de organismos vivos mas também de cristais e
moléculas, instinto ou padrão de comportamento. (...). Estes campos são os que
ordenam a natureza. Há muitos tipos de campos porque há muitos tipos de coisas
e padrões dentro da natureza...", afirma Sheldrake.
Isso também
significa que em cada nível, o total de energia é mais que a soma das partes, o
que ainda necessita de muitos estudos a serem realizados pela ciência.Por este
motivo – a existência dos campos morfogenéticos – é que, nas Constelações
Familiares, podemos conceber as repetições de padrões de sofrimento, pois o
modo como foram organizados no passado influencia taxativamente o modo como as
pessoas, no seio da família, funcionam hoje.
Há uma espécie de
memória integrada nos campos mórficos. E os fatos, os eventos ocorridos na
família, por exemplo, podem tornar-se regularidades, “hábitos”. Na intervenção
Sistêmica Fenomenológica de Constelações, há a possibilidade de uma interação
inteligente, do acesso em outros níveis energéticos, da consciência e da
mudança no sistema, pois o campo mórfico é uma estrutura alterável, a partir do
que Sheldrake chama de ressonância mórfica e, neste sentido, não apenas o
cliente que constela beneficia-se, mas todo o sistema pode beneficiar-se das
Constelações Sistêmicas.
Informações sobre
o trabalho de Ana Lucia Braga:
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