segunda-feira, 7 de março de 2016

CONSTELAÇÃO FAMILIAR SISTÊMICA E O "CAMPO"

    
Escrito por Ana Lucia Braga    
   

Nas constelações familiares são abordados problemas pessoais de todas as ordens; problemas de relacionamentos que afetam o casal, dificuldades entre irmãos, entre pais e filhos... As constelações empresariais permitem uma visão clara e objetiva dos emaranhados dentro de empresas, organizações, comércios, consultórios, departamentos etc.
No campo sistêmico é possível verificar as origens dos conflitos e experienciar novas soluções, possibilitando uma melhor dinâmica de funcionamento para a empresa.
O campo do cliente, nas Constelações, é configurado com o auxílio dos participantes do grupo (ou com figuras), que se colocam como em um teatro, disponíveis para representar os familiares ou elementos do sistema a ser trabalhado. O cliente posiciona os escolhidos e passa a observar a movimentação que se segue.
A representação é parte do fenômeno que ocorre neste tipo de trabalho, onde o terapeuta e os participantes disponibilizam suas percepções para "ver" o que acontece na dinâmica do sistema configurado. Este "ver" dá-se de diversos modos: as pessoas têm sensações físicas como dores, calor, frio, suores; sentimentos diversos como alegria, raiva, tristeza, desconfiança, entre muitos outros. E há, na maioria das vezes, o reconhecimento pelo cliente do comportamento, dos sentimentos, do modo como a pessoa representada é ou foi na realidade, por vezes com a detecção de sintomas físicos, mesmo não tendo o representante dado nenhuma informação sobre o que ocorre em seu sistema e sobre as pessoas representadas. A este fenômeno chamamos ressonância mórfica. O terapeuta, então, faz a sua leitura do que está física e espacialmente colocado no campo da representação do sistema familiar do cliente e dá o direcionamento que percebe adequado ou necessário, buscando não a expressão de sentimentos e sim a ordem sistêmica, segundo as leis sistematizadas pelo terapeuta e filósofo alemão Bert Hellinger, visando a reconciliação e o restabelecimento do fluxo amoroso.
A percepção dos representantes, utilizando a mente expandida, é a mesma que o terapeuta utiliza dentro deste campo energético que se abre ao se configurar um sistema, seja ele familiar ou empresarial. É a partir dele que se abre também a possibilidade de movimentos e do restabelecimento da ordem e do equilíbrio, o que significa possivelmente a eliminação do sofrimento da pessoa e também de outros elementos do sistema, mesmo que esses elementos não estejam presentes no momento da constelação, é o que tem sido observado em depoimentos de inúmeras pessoas que constelaram. Este fenômeno ocorre em função dos “campos”, dos quais fazemos parte.
O biólogo Rupert Sheldrake propõe a idéia dos campos morfogenéticos, que nos auxilia na compreensão de como os sistemas adotam suas formas e comportamentos característicos, no caso das famílias, padrões de sofrimento que muitas vezes se repetem geração após geração. “Os campos morfogenéticos são campos de forma; campos padrões ou estruturas de ordem. São campos que levam informações, e são utilizáveis através do espaço e do tempo sem perda alguma de intensidade depois de terem sido criados. Eles são campos não físicos que exercem influência sobre sistemas que apresentam algum tipo de organização inerente.” Estes campos organizam não só os campos de organismos vivos mas também de cristais e moléculas, instinto ou padrão de comportamento. (...). Estes campos são os que ordenam a natureza. Há muitos tipos de campos porque há muitos tipos de coisas e padrões dentro da natureza...", afirma Sheldrake.
Isso também significa que em cada nível, o total de energia é mais que a soma das partes, o que ainda necessita de muitos estudos a serem realizados pela ciência.Por este motivo – a existência dos campos morfogenéticos – é que, nas Constelações Familiares, podemos conceber as repetições de padrões de sofrimento, pois o modo como foram organizados no passado influencia taxativamente o modo como as pessoas, no seio da família, funcionam hoje.
Há uma espécie de memória integrada nos campos mórficos. E os fatos, os eventos ocorridos na família, por exemplo, podem tornar-se regularidades, “hábitos”. Na intervenção Sistêmica Fenomenológica de Constelações, há a possibilidade de uma interação inteligente, do acesso em outros níveis energéticos, da consciência e da mudança no sistema, pois o campo mórfico é uma estrutura alterável, a partir do que Sheldrake chama de ressonância mórfica e, neste sentido, não apenas o cliente que constela beneficia-se, mas todo o sistema pode beneficiar-se das Constelações Sistêmicas.
Informações sobre o trabalho de Ana Lucia Braga:

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