(*)Jakob Robert Schneider
Conflitos surgem na alma quando forças contrárias nos dividem
internamente e em nossas relações, obrigando-nos a lutar ou a reprimir. Então
sentimo-nos divididos, dilacerados, indecisos, intranquilos, estressados ou à
beira da loucura. A psicoterapia e o
aconselhamento, quando buscados como ajuda, operam um trabalho de
reconciliação. A principal eficácia e
atratividade das constelações familiares reside justamente em sua força de
ligação e de reconciliação. Elas
recuperam os excluídos para as famílias. Ajudam a reconhecer, em pé de
igualdade, todos os que pertencem a um determinado sistema de relações, estejam
vivos ou mortos e seja qual for o destino a que estejam sujeitos. As constelações
ajudam a reconciliar vítimas e perpetradores, bem como seus familiares,
principalmente em casos mais graves, como abuso sexual, estupro, assassinato ou
injustiça política.
É motivo de constante surpresa vivenciar com que receptividade é acolhido
em todo o mundo um método e um trabalho de alma criado por um alemão, que leva
em conta igualmente vítimas e perpetradores com vistas à sua reconciliação.
Quando se trata de amor, justiça, vida e morte, os processos anímicos e os
sentimentos profundos são os mesmos em todos os países. Não existe quase nenhum
país que não tenha sido assolado por guerras ou onde não existem graves culpas,
decorrentes de extermínios, guerras civis ou conflitos sociais. Por toda parte
há choques de culturas diferentes, no contexto de migrações, deportações e
grandes movimentos de povos. Por toda parte percebe-se um profundo desejo de reconciliação, tranquilidade e paz entre os vivos e com os mortos. Nesse
particular, as constelações familiares têm tocado em corações receptivos.
Ao mesmo tempo, o trabalho
de reconciliação nas constelações permanece ligado aos destinos individuais. Não se proclama a ideia de um mundo pacífico.
Permanecemos limitados e vinculados a grupos. Oposições, conflitos, interesses
e partidos, lutas e guerras fazem parte da realidade. Nas constelações cuida-se
principalmente de lidar com conflitos com um coração pacífico. Na culpa ou na inocência,
o fato de confiar-nos e confiar outras pessoas, vivas ou mortas, a uma força
maior, quer a chamemos de morte, grande alma, evolução, Deus ou por qualquer
outro nome, pode levar- nos nas constelações além dos processos terapêuticos e
tocar-nos num nível amplo anímico, mental ou espiritual.
(*)Jakob Robert Schneider -
Diplomado em Filosofia, Teologia, Educação Física e Pedagogia. Trabalha
com aconselhamento individual e de casais e com terapia de grupo. Membro do IAG, comunidade internacional para o
desenvolvimento do trabalho sistêmico nos moldes de Bert Hellinger.
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