terça-feira, 31 de dezembro de 2013

“TEMPO, TEMPO, TEMPO, COMPOSITOR DE DESTINOS....”



“Tempo, tempo, tempo, compositor de destinos....” Hoje, bem no finalzinho, quando a Terra volta ao começo de mais um giro em sua jornada ao redor do Sol, quero apenas dizer a 2013: GRATIDÃO! Gratidão por tudo! Por ter continuado navegando no Rio da Vida. Isso foi o suficiente. O resto chegou de GRAÇA. Para 2014 não tenho planos, nem metas. Quero estar a serviço. Pronta para satisfazer meu destino. Frente ao que vier, espero abrir espaço no coração, para o SEJA FEITA Á SUA VONTADE. Tenho consciência de que, eu por mim não faço coisa alguma, o Grande Espirito consegue tudo através de mim e me concede créditos. Quero ser fiel a este entendimento colocando-me a serviço desta força maior. 2014 é mais um passo na minha própria jornada e, enquanto caminho, vou esquecer que Deus é substantivo (como aprendi na escola) quero sentir Deus como VERBO. O mais ativo e dinâmico de todos. Verbo tem pessoa, voz, tempo e ação. Em 2014 minha intenção é conjugar este verbo: Deus em ação, através de mim, constelando a vida. Quero aprender  a fazer isso com humildade, presença  e amor. Amem! Mazé Fontes


segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A RITALINA E OS RISCOS DE UM 'GENOCÍDIO DO FUTURO'

 Maria Aparecida Moysés
 

Estamos colocando neste espaço  trechos do  trabalho da pesquisadora da Unicamp, Maria Aparecida Moysés, sobre os efeitos da ritalina, publicados no site da UNICAMP- Universidade Estadual de Campinas - (www.unicamp.br) e em CARTACAPITAL. Ela alerta: o efeito de  acalmar é sinal de toxicidade. " Saiba mais  sobre a ritalina tão em evidência e os seus riscos...  A ritalina e os riscos de um “genocídio do futuro”.  Para uns, ela é uma droga perversa. Para outros, a 'tábua de salvação. Tire suas conclusões.

No PORTAL UNICAMP a Dra Maria Aparecida Moysés diz o seguinte:

 Para uns, ela é uma droga perversa. Para outros, a 'tábua de salvação'. Trata-se da ritalina, o metilfenidato, da família das anfetaminas, prescrita para adultos e crianças portadores de transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Teria o objetivo de melhorar a concentração, diminuir o cansaço e acumular mais informação em menos tempo. Esse fármaco desapareceu das prateleiras brasileiras há poucos meses (e já começou a voltar), trazendo instabilidade principalmente aos pais, pela incerteza do consumo pelos filhos. Ocorre que essa droga pode trazer dependência química, pois tem o mesmo mecanismo de ação da cocaína, sendo classificada pela Drug Enforcement Administration como um narcótico. No caso de consumo pela criança, que tem seu organismo ainda em fase de formação, a ritalina vem sendo indicada de maneira indiscriminada, sem o devido rigor no diagnóstico. Tanto que, no momento, o país se desponta na segunda posição mundial de consumo da droga, figurando apenas atrás dos Estados Unidos. Como acontece com boa parte dos medicamentos da família das anfetaminas, a ritalina 'chafurda' a ilegalidade, com jovens procurando a euforia química e o emagrecimento sem dispor de receita médica. Fala-se muito que, se não fizer o tratamento com a ritalina, o paciente se tornará um delinquente. "Mas nenhum dado permite dizer isso. Então não tem comprovação de que funciona. Ao contrário: não funciona", critica a pediatra Maria Aparecida Affonso Moysés, professora titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. “A gente corre o risco de fazer um genocídio do futuro. Mais vale a orientação familiar”, encoraja a pediatra, que concedeu entrevista, a seguir, ao Portal Unicamp.
RITALINA A DROGA DA OBEDIÊNCIA
Veja o que diz Dra. Maria Aparecida Moyses   em CartaCapital: “ O Brasil é o segundo maior consumidor mundial dos psicotrópicos chamados metilfenidatos, prescritos para o tratamento de crianças diagnosticadas como portadoras do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Atrás apenas dos Estados Unidos, consumimos, em 2009, 2 milhões de caixas, ante as 70 mil consumidas em 2000. A droga, usada para tratar do que é considerado um distúrbio neurobiológico, é consumida, entre outros, por crianças e adolescentes desatentos, agitados e com dificuldades escolares. Apelidado de a “droga da obediência”, por acalmar e focar a atenção, o medicamento leva os sugestivos nomes de Concerta e Ritalina (produzidos pelos laboratórios Janssen Cilag e Novartis, respectivamente). Seu uso, no entanto, provoca acaloradas discussões. A pediatra Maria Aparecida Affonso Moysés, da Unicamp, é uma das vozes médicas a questionar a existência de “uma doença neurológica que só altere comportamento e aprendizagem”. Nessa entrevista, ela explica as reações adversas da droga e afirma que os critérios para diagnosticar o TDAH são normas sociais.”
Em outro trecho da entrevista em CARTACAPITAL ela diz o seguinte: “ A sociedade médica brasileira, há 50 anos, era voltada para a França. Hoje é voltada para os EUA. É quase mundial isso, mas na Europa ainda há uma resistência. Somos muito dependentes da tecnologia e da cultura americana, que impõe essa padronização e normalização das pessoas. A gente constrói uma sociedade que quer uma criança cada vez mais ativa e ligada no mundo. Crianças com 4 anos mexem no computador com várias janelas abertas ao mesmo tempo. Quando elas chegam na escola, queremos que elas façam uma coisa só e não questionem. Queremos crianças criativas, ótimas e submissas! Elas questionam, querem saber o porquê. O “não” não basta mais. E os adultos não aguentam isso. A sociedade é muito incomodada com os questionamentos e a gente acaba abafando isso via substância química. Junte isso ao interesse financeiro das indústrias farmacêuticas. Elas financiam cursos, viagens para médicos, vantagens em clínicas. Curso para professores financiado por um laboratório é algo estranho. Não sejamos ingênuos: eles estão, na verdade, treinando professores para identificar futuros clientes consumidores de suas drogas. E esse é um peso muito forte, que consta, inclusive, em relatório do departamento de justiça dos EUA, mostrando como a Ciba-Geigy (Laboratório que viria, a partir de 1996, a formar a Novartis) – financiava entidades de familiares e profissionais ligados à defesa das pessoas com TDAH.

EM PORTAL UNICAMP – Na França, o TDAH é praticamente zero. A que se deve isso?
Cida Moysés – Isso se deve a valores culturais, fundamentalmente.

No site Unicamp, www.unicamp.br em CartaCapital a medica Maria Aparecida Affonso Moysés, fala com mais detalhes sobre os efeitos da ritalina. 



domingo, 29 de dezembro de 2013

A ALMA - O "CAMPO DOTADO DE SABER"

Imagem de ALEX GREY artista americano dedicado a temas espirituais

Jakob Robert Schneider 
Texto de Jakob Robert Schneider (*)

As constelações familiares se referem de uma nova maneira àquilo que chamamos de "alma". Podemos denominar assim a força invisível que animando (ou pelo menos no mundo animado; congrega partes num todo de uma tal maneira que o todo é mais do que a soma das partes e de suas funções dentro dele. A alma não se identifica com nossa consciência, pois inclui o inconsciente. E não se identifica com os processos fisiológicos e físicos em nosso corpo e em nosso cérebro, embora esteja inseparavelmente unida a eles. Não se identifica tampouco com nossos sentimentos, embora o sentir seja o modo de expressão por onde se experimenta a alma.
Ela é antes como o espaço ou o campo que une, ultrapassando espaço e tempo, tudo o que constitui uma pessoa, criando uma identidade. A abordagem típica da ciência natural atual, que busca o que "não difere", a saber, as partes e partículas e suas mútuas conexões, exclui por seu próprio método a possibilidade de descobrir uma alma. Porém nossa experiência quotidiana se dirige ao que é "mais do que". Não há conversa, nem arte, nem política, nem vida de relacionamento sem participação da alma. Como a experiência psíquica não pode ser reduzida ao que material e quantificável, a língua desenvolveu "palavras da alma" como liberdade, paciência, espírito, coragem, amor, etc. O que entendemos por "amor" não pode ser adequadamente entendido a partir de genes ou de funções do cérebro.
Sabemos que para falar dos domínios da alma dependemos de imagens, metáforas, imprecisões, vivências, experiências, intuições perceptivas, bem como da função anímica da avaliação sensitiva e de coisas semelhantes. Por mais que as ciências da natureza nos ajudem com seus conhecimentos e nos obriguem, por exemplo, a repensar nossa liberdade de decisão, a ocupação com a alma, que ultrapassa o âmbito da experiência da vida, pertence mais às ciências do espírito ou à psicologia como ciência do espírito. O trabalho com as constelações familiares se apresenta no concerto da teoria e da prática psicológica modernas de um modo amplo e desafiador, descortinando a alma redescoberta e suas leis.
Da mesma forma como em nossa alma pessoal somos maiores do que aquilo que percebemos conscientemente em nós, assim também em todos os níveis de relações estamos envolvidos em contextos maiores, formados, em termos anímicos, por "espaços" ou "campos" (tomados como metáforas), que juntam as partes para constituir algo "mais" e "maior": uma união familiar, um grupo de amigos, uma empresa, uma comunidade social, um Estado - que se integra na natureza e no cosmo como um todo. Essa nossa vinculação, em sua grandeza e totalidade, recebe freqüentemente de Bert Hellinger a denominação de "grande alma". Isso não significa para ele algo místico ou do além, mas a totalidade da existência individual e coletiva, que justamente através das conquistas das ciências naturais nos aparece de modo cada vez mais misterioso, nos sustentando, ligando e talvez mesmo dirigindo.
Entre os consteladores também existem divergências sobre a conveniência e a medida em que se falar de alma. Para alguns isso envolve uma carga excessivamente mística ou religiosa. Outros não partilham essas restrições. Pois diariamente, ao abrirmos um jornal ou revista, lemos em diversos artigos, seja na política, na economia ou na parte esportiva a palavra "alma" num contexto imediatamente inteligível para cada caso. Por exemplo, em manchete: "O templo de Ankor e a alma ferida do Camboja: em busca de nossa identidade".
Quando se fala de "alma", seja no trabalho com as constelações, seja de modo geral na psicoterapia ou na vida quotidiana, isso não acontece com ânimo anti-científico. Um consultor familiar não pode esperar que a ciência natural lhe forneça dados e métodos exatos, cientificamente comprovados e universalmente reconhecidos, para a solução de conflitos conjugais. Ele trabalha de uma forma mais ampla, orientado por vivências e pelas "regras da alma". Uma das realizações de Bert Hellinger é ter condensado e desenvolvido um modelo preexistente de constelações familiares, reduzindo ao essencial, de uma forma experimentável, os processos anímicos e os complexos contextos de relações, e abrindo o acesso a mudanças profundas na alma. Quem se disponha a isso pode comprová-lo pela própria prática do próprio Bert Hellinger, amplamente documentada, e de milhares de consultores e terapeutas.

(*) -JAKOB SCHNEIDER (Munique-Alemanha): Professor e Terapeuta de casais e de famílias. Exerceu as funções de assistência aos jovens e de orientador de casais a serviço da igreja. Formou-se em PNL e psicoterapia sistêmica. Dirige seminários de constelação familiar na Alemanha, Itália e Brasil; supervisiona clínicas e instituições sociais. Sua especialidade é o estudo dos efeitos das ‘Ordens do Amor’ nas relações e a inclusão de contos de fada e de histórias literárias no trabalho com vínculos de destino. Foi professor e diretor pedagógico dos 1º, 2º e 3º Cursos de Formação em Terapia Sistêmica Familiar Fenomenológica no Brasil, sob a coordenação de Reginaldo Teixeira Coelho (Régis).


Jakob Robert Schneider estará em São Paulo - 01 e 02 de abril de 2014-  ministrando Seminário  sobre Supervisão  de Casos e Supervisão Pessoal em Constelações Sistêmicas. Este  SEMINÁRIO  é direcionado aos  ex-alunos dos Cursos de Formação em Terapia Sistêmica Familiar Fenomenológica  feitos sob a coordenação de Régis e orientação do próprio Jakob Schneider, aos ex-alunos e alunos de todos os cursos de formação reconhecidos pela ABC Sistemas, propostos pela CBCS, como também aos filiados à ABC Sistemas (Associação Brasileira de Constelações Sistêmicas) e aos filiados à CBCS (Comunidade Brasileira dos Consteladores Sistêmicos) de todo o Brasil.  Informações no site da CBSC ou com  Vera Bassoi – Cel (15) 997742890 –Email: verabassoi@gmail.com

sábado, 28 de dezembro de 2013

ONDE ESTÃO OS DEUSES?




Artigo de Santiago Torrente Perez (*)

Esta pergunta parece difícil de ser respondida e é, mas depois de muito pesquisar, ler, debater e experimentar acho que posso dar uma possível resposta. Os deuses estão em todo lugar e em lugar nenhum, como na física quântica eles se parecem à luz que uma hora é partícula outra onda, dependendo da atenção e do olhar do observador.
Os mitos contados nos livros sagrados, parecem descrever simbolicamente aquilo que é constitutivo no universo, ou seja sua energia criadora, estabelecida no momento da grande explosão cósmica onde se fragmentou em infinitas possibilidades de vibração. Uma dessas possibilidades é o que conhecemos como mundo visível, captado pelos sentidos físicos, outra é a correspondente ao mundo invisível mas perceptível àqueles mais sensíveis e atentos.
Essas energias construíram e fazem parte integrante do universo, fluem por todo o cosmo, agindo de forma perceptível ou sutil, dependendo do grau de vibração que se manifestem sobre a realidade que vivemos. Embora tenhamos a ilusão da separação, estamos intrinsecamente vinculados a essas energias consciente e/ou inconscientemente. A maneira que temos para compreendê-las foi construída e dada como herança cultural desde tempos imemoriais através das gerações pelos mitos. Os deuses, o espírito de nossos ancestrais e suas manifestações foram simbolicamente transmitidas, como formas de organizar o mundo e dar-lhe sentido.
Esses seres transcendentes, poderosos e seus símbolos são o correspondente simbólico das energias que conformam, modelam e criam nossos corpos e mentes. Portanto os mitos são a forma que encontramos para compreender, interpretar e moldar as forças descomunais da natureza que nos constituem e habitam em nós.
Para poder sentir isso de forma clara sugiro fazer a seguinte experiência:
Sente-se confortavelmente em um lugar tranquilo, se for junto à natureza melhor, feche os olhos, sinta sua respiração por algum tempo e diga a si mesmo: “Deus está em meu corpo, em minhas carnes”, repita isso algumas vezes e veja como se sente.
Se realmente se permitir ter essa experiência certamente começará a ser, sentir, pensar e agir diferente.


(*) Santiago Torrente PerezBacharel   em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Mestre em Ciências Sociais  e Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de  São Paulo. É Constelador Sistêmico – pelo método de Constelações Familiares e Sistêmicas de Bert Hellinger, formação ministrada por Mimansa Erika Farny - São Paulo-SP.  Participação do Grupo de Estudos em Constelações e outras técnicas do Instituto Atma Coordenado por Artur Tacla.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

FELIZ NATAL - FELIZ ANO DE 2014


Lá vai o tempo.  Um ciclo partindo e outro amanhecendo em nossas vidas. Neste finalzinho de 2013 quero falar de minha gratidão a Deus, que me criou e me doou a vida, ao anjo que me acompanha desde sempre, ao campo familiar que abrigou meu SER, me fez pertencer e cuida de mim, ao antepassado desconhecido que, mesmo sem que eu saiba, zela e torce por mim. Gratidão aos amigos e a todos que me dedicam amor e amizade. Gratidão aos clientes porque confiaram no meu trabalho, me fizeram estudar e aprender mais com suas historias e sistemas. Gratidão ao ano de 2013,  que está partindo, porque foi generoso e prospero. Ofereceu especiais oportunidades de crescimento e mudanças.
Desejo um excelente Natal e um feliz 2014. Muita Luz, Paz e saúde em abundância. Que você(s) esteja (m) PRESENTE em tudo, que seu (s)  anjo(s) diga (m) AMEM ao seu espirito. Que o Grande Espirito abençoe seus sonhos e seu Destino. E que assim seja!

                    

sábado, 7 de dezembro de 2013

O QUE É O DIREITO SISTÊMICO?


Artigo escrito por Sami Storch (*) Publicado em 29/11/2010
A expressão “direito sistêmico”, no contexto aqui abordado, surgiu da análise do direito sob uma ótica baseada nas ordens superiores que regem as relações humanas, segundo a ciência das constelações familiares sistêmicas desenvolvida pelo terapeuta e filósofo alemão Bert Hellinger.
Venho me dedicando ao estudo desse assunto desde o ano de 2004, quando tive meu primeiro contato com a terapia das constelações familiares e percebi que, além de ser uma terapia altamente eficaz na solução de questões pessoais, o conhecimento dessa ciência tem um potencial imenso para utilização na área jurídica, na qual tenho formação acadêmica e profissional.
Isso porque, na prática, mesmo tendo as leis positivadas como referência, as pessoas nem sempre se guiam por elas em suas relações. Os conflitos entre grupos, pessoas ou internamente em cada indivíduo são provocados em geral por causas mais profundas do que um mero desentendimento pontual, e os autos de um processo judicial dificilmente refletem essa realidade complexa. Nesses casos, uma solução simplista imposta por uma lei ou por uma sentença judicial pode até trazer algum alívio momentâneo, uma trégua na relação conflituosa, mas às vezes não é capaz de solucionar verdadeiramente a questão, de trazer paz às pessoas.
O direito sistêmico se propõe a encontrar a verdadeira solução. Essa solução não poderá ser nunca para apenas uma das partes. Ela sempre precisará abranger todo o sistema envolvido no conflito, porque na esfera judicial – e às vezes também fora dela – basta uma pessoa querer para que duas ou mais tenham que brigar. Se uma das partes não está bem, todos os que com ela se relacionam poderão sofrer as conseqüências disso.
Exemplifico: Uma pessoa atormentada por motivos de origem familiar pode desenvolver uma psicose, tornar-se violenta e agredir outras pessoas. Quem tem a ver com isso? Todos. Toda a sociedade. Adianta simplesmente encarcerar esse indivíduo problemático, ou mesmo matá-lo (como defendem alguns)? Não. Se ele tiver filhos que, com as mesmas raízes familiares, apresentem os mesmos transtornos, o problema social persistirá.
A solução sistêmica, nesse caso, deve ter em vista a origem familiar do indivíduo. Não haverá real solução de outra forma.
Numa ação de divórcio, a solução jurídica relativa aos filhos menores pode ser simplesmente definir qual dos pais ficará com a guarda, como será o regime de visitas e qual será o valor da pensão. É o que usualmente se faz. Mas de nada adiantará uma decisão judicial imposta se os pais continuarem se atacando. Independentemente do valor da pensão ou de quem será o guardião, os filhos crescerão como se eles mesmos fossem os alvos dos ataques de ambos os pais.
Uma ofensa do pai contra a mãe, ou da mãe contra o pai, são sentidas pelos filhos como se estes fossem as vítimas dos ataques, mesmo que não se dêem conta disso. Isso porque sistemicamente os filhos são profundamente vinculados a ambos os pais biológicos. São constituídos por eles, por meio deles receberam a vida.
O filho não existe sem o pai ou sem a mãe e, seja qual for o destino que os filhos construírem para si, será uma sequência da história dos pais.

Por isso é que, mesmo que o filho manifeste uma rejeição ao pai – porque este abandonou a família ou porque não paga pensão, por exemplo – toda essa rejeição se volta contra ele mesmo, inconscientemente. Qualquer ofensa ou julgamento de um dos pais contra o outro alimenta essa dinâmica, prejudicial sobretudo aos filhos. O mesmo ocorre quando o juiz toma o partido de um dos pais contra o outro, reforçando o conflito interno na criança.
A solução sistêmica, para ser verdadeira, precisará primeiramente excluir os filhos de qualquer conflito existente entre os pais, para que os filhos possam sentir a presença harmônica do pai e da mãe em suas vidas.
O juiz, por sua vez, antes de decidir, deve considerar essa realidade e ter em seu coração as crianças e ambos os pais, além de outras pessoas eventualmente envolvidas, sem julgamentos de qualquer tipo. Com tal postura, por si só, o juiz já estará facilitando uma conciliação entre as partes (que constituem um só sistema). E, caso se faça necessária uma solução imposta, esta será mais bem recebida por todos, pois todos sentirão que foram vistos e considerados pelo juiz.
Que fique bem claro: isso não impede que o pai e a mãe discutam as questões necessárias, judicialmente ou não, desde que isso se dê entre eles, sem o envolvimento dos filhos, nem que o juiz decida as demandas que lhe forem postas.
A abordagem sistêmica do direito, portanto, propõe a aplicação prática da ciência jurídica com um viés terapêutico – desde a etapa de elaboração das leis até a sua aplicação nos casos concretos. A proposta, aqui, é utilizar as leis e o direito como mecanismo de tratamento das questões geradoras de conflito, visando à saúde do sistema “doente”, como um todo.


(*)- Sobre Sami Storch

Juiz de Direito no Estado da Bahia, atualmente em exercício nas Comarcas de Amargosa e Lauro de Freitas. Graduei-me na Faculdade de Direito da USP, cursei Mestrado em Administração Pública e Governo (EAESP-FGV/SP) e diversos cursos de formação e treinamentos em Constelações Sistêmicas Familiares e Organizacionais segundo Bert Hellinger. Meu foco é a aplicação prática, no exercício das atividades judicantes, dos conhecimentos e técnicas das constelações familiares. O objetivo é utilizar a força do cargo de juiz para auxiliar na busca de soluções que não apenas terminem o processo judicial, mas que realmente resolvam os conflitos, trazendo paz ao sistema.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

`TRAUMA' PODE SER TRANSMITIDA ENTRE GERAÇÕES, SUGERE ESTUDO

 
 Artigo publicado na Folha de São Paulo-  Terça - feira, 3 de dezembro de 2013 – Postado no Facebook por Maria Justina Mottin Nunes (*) via Ana Carolina Carpes Madaleno

Um estudo feito por cientistas americanos aponta que o comportamento humano pode ser afetado por episódios vivenciados por gerações passadas por meio de uma espécie de memória  genética. As pesquisas mostraram que um evento traumático pode afetar o DNA no esperma e alterar os cérebros e o comportamento das gerações futuras.
O estudo, publicado na revista científica Nature Neuroscience, indica que camundongos treinados para se esquivar de um determinado tipo de odor passaram essa aversão a seus 'netos'.
Especialistas dizem que os resultados são importantes para as pesquisas sobre fobia e ansiedade.
Os animais foram treinados para temer um cheiro similar ao da flor de cerejeira.
A equipe, composta por cientistas da Emory University School of Medicine, nos Estados Unidos, averiguou, então, o que estava acontecendo dentro do espermatozoide dos camundongos.
Os cientistas constataram que o trecho do DNA responsável pela sensibilidade à essência da flor de cerejeira estava mais ativo na célula reprodutiva masculina.
Tanto a prole dos camundongos quanto os descendentes destes demonstraram hipersensibilidade à flor de laranjeira e se esquivaram dela, mesmo que não tenham passado pela mesma experiência.
Os pesquisadores também identificaram mudanças na estrutura dos cérebros desses animais.
"As experiências vivenciadas pelos pais, mesmo antes da reprodução, influenciaram fortemente tanto a estrutura quanto a função no sistema nervoso das gerações subsequentes", concluiu o relatório.
ASSUNTOS FAMILIARES
As descobertas oferecem evidência de uma "herança epigenética transgeracional", ou seja, de que o ambiente pode afetar os genes de um indivíduos, que podem então ser transmitidos a seus herdeiros.
Um dos pesquisadores, Brian Dias, afirmou à BBC que tal característica "pode ser um mecanismo pelo qual os descendentes mostram marcas de seus antecessores".
"Não há dúvida de que o que acontece com o espermatozóide e o óvulo pode afetar as gerações futuras".
O professor Marcus Pembrey, da Universidade College London, afirmou que as descobertas são "altamente relevantes para as fobias, ansiedade e desordens de estresse pós-traumático" e fornecem "fortes evidências" de que uma forma de memória pode ser transmitida entre gerações.
Diz ele: "A saúde publica precisa urgentemente levar em conta as respostas transgeracionais humanas".
"Acredito que não entenderemos o aumento nas desordens neuropsiquiátricas ou a obesidade, diabetes e as perturbações metabólicas sem esse tipo de abordagem multigeracional".
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Este estudo cientifico  confirma o que O PENSAMENTO SISTEMICO conhece e divulga com sua pratica através das constelações familiares. Acontecimentos vividos  em gerações anteriores são revividos por alguém, por algum descendente,  em uma geração posterior. A observação final é nossa. Mazé fontes

(*)- Maria Justina Mottin Nunes – É consteladora familiar; Mora em Caxias do Sul –oferece formação para consteladores familiares

A BOLA DOURADA

Este trecho de Bert Hellinger foi postado no Facebook por Sami Storch. Foto de INSTITUTO CONSTELAÇÕES.

O fluxo do amor, sempre em frente!

O que recebi pelo amor de meu pai eu não lhe paguei pois, em criança, ignorava o valor do dom, e quando me tornei homem, endureci como todo homem. Agora vejo crescer meu filho, a quem amo tanto como nenhum coração de pai se apegou a um filho. E o que antes recebi estou pagando agora a quem não me deu nem me vai retribuir. Pois quando ele for homem, e pensar como os homens, seguirá, como eu, os seus próprios caminhos. Com saudade, mas sem ciúme, eu o verei pagar ao meu neto o que me era devido. Na sucessão dos tempos meu olhar assiste, comovido e contente ao jogo da vida: Cada um, com um sorriso, lança adiante a bola dourada, e a bola dourada nunca é devolvida! Börries von Münchhausen (encontra-se traduzido no livro “O Amor do Espírito”- Ed. Atman - Bert Hellinger)