Maria Aparecida Moysés |
Estamos colocando neste espaço
trechos do trabalho da
pesquisadora da Unicamp, Maria Aparecida Moysés, sobre os efeitos da ritalina, publicados
no site da UNICAMP- Universidade
Estadual de Campinas - (www.unicamp.br) e em CARTACAPITAL. Ela alerta: o efeito de acalmar é sinal de toxicidade. " Saiba mais sobre a ritalina
tão em evidência e os seus riscos... A
ritalina e os riscos de um “genocídio do futuro”. Para uns, ela é uma droga perversa. Para
outros, a 'tábua de salvação. Tire suas conclusões.
No PORTAL UNICAMP a Dra
Maria Aparecida Moysés diz o seguinte:
Para uns, ela é uma droga perversa. Para
outros, a 'tábua de salvação'. Trata-se da ritalina, o metilfenidato, da
família das anfetaminas, prescrita para adultos e crianças portadores de
transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Teria o objetivo de
melhorar a concentração, diminuir o cansaço e acumular mais informação em menos
tempo. Esse fármaco desapareceu das prateleiras brasileiras há poucos meses (e
já começou a voltar), trazendo instabilidade principalmente aos pais, pela incerteza
do consumo pelos filhos. Ocorre que essa droga pode trazer dependência química,
pois tem o mesmo mecanismo de ação da cocaína, sendo classificada pela Drug
Enforcement Administration como um narcótico. No caso de consumo pela criança,
que tem seu organismo ainda em fase de formação, a ritalina vem sendo indicada
de maneira indiscriminada, sem o devido rigor no diagnóstico. Tanto que, no
momento, o país se desponta na segunda posição mundial de consumo da droga,
figurando apenas atrás dos Estados Unidos. Como acontece com boa parte dos
medicamentos da família das anfetaminas, a ritalina 'chafurda' a ilegalidade,
com jovens procurando a euforia química e o emagrecimento sem dispor de receita
médica. Fala-se muito que, se não fizer o tratamento com a ritalina, o paciente
se tornará um delinquente. "Mas nenhum dado permite dizer isso. Então não
tem comprovação de que funciona. Ao contrário: não funciona", critica a
pediatra Maria Aparecida Affonso Moysés, professora titular do Departamento de
Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. “A gente corre o
risco de fazer um genocídio do futuro. Mais vale a orientação familiar”,
encoraja a pediatra, que concedeu entrevista, a seguir, ao Portal Unicamp.
RITALINA A DROGA DA
OBEDIÊNCIA
Veja o que diz Dra.
Maria Aparecida Moyses em CartaCapital:
“ O Brasil é o segundo maior consumidor mundial dos
psicotrópicos chamados metilfenidatos, prescritos para o tratamento de crianças
diagnosticadas como portadoras do Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH). Atrás apenas dos Estados Unidos, consumimos, em 2009, 2
milhões de caixas, ante as 70 mil consumidas em 2000. A droga, usada para
tratar do que é considerado um distúrbio neurobiológico, é consumida, entre
outros, por crianças e adolescentes desatentos, agitados e com dificuldades
escolares. Apelidado de a “droga da obediência”, por acalmar e focar a atenção,
o medicamento leva os sugestivos nomes de Concerta e Ritalina (produzidos pelos
laboratórios Janssen Cilag e Novartis, respectivamente). Seu uso, no entanto,
provoca acaloradas discussões. A pediatra Maria Aparecida Affonso Moysés, da
Unicamp, é uma das vozes médicas a questionar a existência de “uma doença
neurológica que só altere comportamento e aprendizagem”. Nessa entrevista, ela
explica as reações adversas da droga e afirma que os critérios para
diagnosticar o TDAH são normas sociais.”
Em outro trecho da
entrevista em CARTACAPITAL ela diz o seguinte: “ A sociedade médica brasileira,
há 50 anos, era voltada para a França. Hoje é voltada para os EUA. É quase
mundial isso, mas na Europa ainda há uma resistência. Somos muito dependentes
da tecnologia e da cultura americana, que impõe essa padronização e
normalização das pessoas. A gente constrói uma sociedade que quer uma criança
cada vez mais ativa e ligada no mundo. Crianças com 4 anos mexem no computador
com várias janelas abertas ao mesmo tempo. Quando elas chegam na escola,
queremos que elas façam uma coisa só e não questionem. Queremos crianças
criativas, ótimas e submissas! Elas questionam, querem saber o porquê. O “não”
não basta mais. E os adultos não aguentam isso. A sociedade é muito incomodada
com os questionamentos e a gente acaba abafando isso via substância química.
Junte isso ao interesse financeiro das indústrias farmacêuticas. Elas financiam
cursos, viagens para médicos, vantagens em clínicas. Curso para professores
financiado por um laboratório é algo estranho. Não sejamos ingênuos: eles
estão, na verdade, treinando professores para identificar futuros clientes
consumidores de suas drogas. E esse é um peso muito forte, que consta,
inclusive, em relatório do departamento de justiça dos EUA, mostrando como a
Ciba-Geigy (Laboratório que viria, a partir de 1996, a formar a Novartis) –
financiava entidades de familiares e profissionais ligados à defesa das pessoas
com TDAH.
EM PORTAL UNICAMP – Na
França, o TDAH é praticamente zero. A que se deve isso?
Cida Moysés – Isso se
deve a valores culturais, fundamentalmente.
No site Unicamp, www.unicamp.br em CartaCapital a medica Maria Aparecida Affonso Moysés, fala com mais
detalhes sobre os efeitos da ritalina.
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