A CONSTELAÇÃO FAMILIAR NO ATENDIMENTO INDIVIDUAL
(*) Celma Nunes Villa Verde
A Constelação Familiar é uma técnica criada por Bert
Hellinger (psicoterapeuta alemão), onde se cria “esculturas vivas”
reconstruindo a árvore genealógica, o que permite localizar e remover bloqueios
do fluxo amoroso de qualquer geração ou membro da família.
Muitas das dificuldades pessoais, assim como problemas de
relacionamento são resultados de confusões nos sistemas familiares. Esta
confusão ocorre quando incorporamos em nossa vida o destino de outra pessoa
viva ou que já viveu no passado, de nossa própria família sem estar consciente
disto e sem querer. Isto nos faz repetir o destino dos membros familiares que
foram excluídos ou não reconhecidos no lugar que pertencia a eles.
Durante o decurso de uma Constelação, é permitido ao
terapeuta ter uma perspectiva sobre as diferentes dinâmicas que atuam no
sistema familiar do cliente, orientando o processo e testando cada dinâmica
quanto ao seu significado. A fim de avaliar este processo, o terapeuta pode
sugerir ao cliente vivenciar a técnica numa sessão individual.
O atendimento individual de Constelação familiar passa a ser
uma ferramenta muito rica e dinâmica para o psicoterapeuta, já que mostra uma
imagem clara de determinada circunstância da vida do cliente, permitindo ser
trabalhada de várias formas diferentes.
Com base na imagem que aparece, o terapeuta pode escolher, naquele
momento, dar continuidade e trabalhar a Constelação propriamente dita, ou pode
optar , depois de ver a imagem, trabalhá-la de outras formas, utilizando outras técnicas que naquele
momento e circunstância lhes parecer
mais conveniente.
A sessão individual pode ser efetuada também de duas formas
diferentes. A primeira, com “bonecos” servindo de representantes dos familiares
do cliente, ou com “papéis no chão”,
onde o cliente participa mais ativamente do processo, pois entra no lugar dos
seus próprios familiares, percebendo cada situação.
Os passos de uma sessão individual não diferem muito do procedimento
realizado na Constelação em grupo. Inicialmente o cliente chega ao nosso
consultório, esclarecendo porque veio e quem o indicou. Já desde o início, a
atenção se volta para duas perspectivas, o problema e a solução desejada. A
descrição do problema abrange os sintomas, incluindo tudo que enfraquece o
cliente e o que ele não deseja manter. A solução envolve os recursos do cliente
e o que o fortalece.
Nesta fase pergunto ao cliente o que ele conhece sobre o
trabalho de Constelação Familiar, a fim de saber em que nível devo começar ou
que informações ainda preciso para começar o trabalho. Na maior parte das
vezes, os clientes, que não são os seus de psicoterapia, vêm indicados por
outras pessoas e pouco ou nada sabem sobre o trabalho. Neste caso, eu os
introduzo brevemente nos pensamentos básicos que orientam o trabalho. Muitas
vezes temos que orientar o cliente quanto ao contexto de uma sessão de
Constelação, por ser uma abordagem nova de terapia e por possuir uma forma mais
abreviada, exigirá do cliente uma mudança de atitude ou de paradigmas,
fazendo-o ter uma visão mais ampliada de sua história.
O próximo passo é mostrar a estrutura da Constelação, pedindo
ao cliente que coloque os personagens de sua trama familiar. Neste caso, o
terapeuta pode escolher, naquele momento, trabalhar com “bonecos” ou “papéis no
chão”, de acordo com o que achar mais conveniente para a situação. A cada imagem formada, o cliente pode fechar
os olhos e imaginá-la em sua mente, entrando assim naquela sensação e assim
dando informações significativas e indicando caminhos.
Quando encontramos os bloqueios dentro daquela “trama”,
utilizamos as frases de solução para a harmonização daquela situação, frases
estas que na maior parte das vezes é repetida pelo próprio cliente.
Muitas vezes o terapeuta pode entrar na representação de um
dos familiares dentro daquela Constelação, caso o trabalho esteja sendo feito
com “papéis no chão”, interagindo com o cliente, encontrando assim a solução
final.
Encerrada a sessão, o procedimento é o mesmo que na
Constelação em grupo. Damos o tempo necessário para que àquela situação
trabalhada encontre fortalecimento e paz para o cliente.
(*)Celma Nunes Villa Verde é Assistente Social. Trabalha com Terapia do Renascimento (Rebirthing); Constelação Familiar Sistêmica (atendimento e Formação). Autora do livro: CONSTELAÇÃO FAMILIAR Do Tradicional ao Medial Um guia para o Amor.
Atende nas cidades de Niterói e Rio
de Janeiro
Contatos: Email: villave@terra.com.br
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