Texto de – Bert Hellinger-Postado no Facebook por Edson Jordão
Edson Jordão Figueirinha é constelador, mora em Curitiba -Estudou
na instituição de ensino Engº Agrônomo/UFMS - Engº Seg. no Trabalho/UFTP- Turma
de 1981
O obscuro é, por vezes, estranho.
Por isso tentamos esclarecê-lo e iluminá-lo, ficando em guarda, exorcizando-o e
banindo o que poderia ameaçar-nos.
Às vezes, porém, o obscuro
envolve para nós algo de familiar, sobretudo quando é limitado espacialmente e
nos protege dentro de certos limites. Nisso se inclui tudo o que nos lembra o
seio materno: uma caverna, um canto escuro onde nos refugiamos pra nos esconder,
para deixar algo para trás, para fechar os olhos, dormir e sonhar ou,
finalmente, também para morrer. Entrar na obscuridade é portanto, de algum
modo, voltar ao início, ao fundamento, atrás do qual tudo se fecha ao nosso
saber e à nossa percepção e permanece incompreensível, impalpável, insondável e
inacessível a toda compreensão.
O obscuro é, portanto, o grande,
o espantoso, mas também o escuro, o cruel, o implacável, o devastador e
destruidor. Diante dele ficamos pequenos, desamparados, impotentes, entregues,
abandonados. Só podemos superá-lo se encararmos a morte, que também faz cessar
o terrível. Então o obscuro nos acolhe definitivamente e reconhecemos que toda
clareza era apenas passageira, um intermezzo sem duração e sem consistência.
O que resulta disso para nós?
Como podemos fazer justiça ao obscuro, mesmo na claridade? – Se a nossa
claridade se fundar no obscuro, se mesmo na claridade sentirmos a presença do
obscuro e ficarmos conscientes dele, se, consequentemente, nossa claridade raramente
se exceder, mantendo-se de preferência numa luz crepuscular, igualmente próxima
do claro e do escuro, então a clareza não nos trará a tentação da arrogância.
Nós a veremos elevar-se e cair, erguer-se e morrer e, em ambos os momentos,
permaneceremos tranquilos.
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