sábado, 9 de novembro de 2013

PARA SER UM CONSTELADOR

Livro : O QUE TRAZ QUEM LEVAMOS PARA A ESCOLA?
 Artigo de Olinda Guedes publicado  pela Comunidade Brasileira de Consteladores Sistêmicos

Olinda Guedes -Master Trainer em PNL, Especialista em Análise Transacional, Hipnose, Leitura Corporal e Coaching Certificada pelo ICC International Coaching Community, com Joseph O'Connor – São Paulo, SP. É Doula e conduz Workshops e Formações em Renascimento. Formada no método de Constelações sistêmicas fenomenológicas, segundo Bert Hellinger para Família, Organizações  e Negócios (IAG e Hoffman & Part. e Infosyon Germany).Autora do livro: O QUE TRAZ QUEM LEVAMOS PARA A ESCOLA?

Quando observo qual o caminho para se tornar um constelador e, acima de tudo, para ser um bom constelador, um bom terapeuta sistêmico, percebo que é fundamental estudar diversas abordagens sobre personalidade, desenvolvimento humano, pesquisar ferramentas de intervenção para poder efetivamente trabalhar para o cliente. Talvez pudéssemos afirmar: foco no servir.
Caetano disse: "Gente quer ser feliz!" e, Bert Hellinger, com seu talento e habilidade de tocar o coração, afirma: "A felicidade pode ser aprendida. Ela se aprende por meio do amor".
E qual é a grande busca de um cliente ao procurar um processo terapêutico, seja ele individual ou em grupo? Quando olhamos para essa pergunta, buscando a resposta e nos deixando dirigir por ela, vamos logo abrindo um espaço que contém informação e amor.
A partir da informação o constelador pode compreender as diversas realidades, de onde vêm os emaranhamentos, lealdades, sentimentos adotados, as leis do amor, as forças que atuam nas diversas dinâmicas. Para tocar e chegar até o coração do cliente, ou até o "espírito", onde tudo se move e existe, onde é possível alguma transformação e cura, é preciso atuar a partir do sensorial, do profundo estado meditativo e de presença. Desapegar-se de si, do cliente e até mesmo da questão/problema que o cliente apresenta e manter-se num campo do "nós", onde tantos sistemas atuam, fornecem informações, se movem e mostram a solução e a pequena experiência que dispara o novo, há tanto esperado.
Um segundo aspecto que considero relevante é dedicar-se ao estudo isolado das diversas abordagens usadas originalmente no desenvolvimento das Constelações Sistêmicas. Essas abordagens dão ao constelador mais flexibilidade para uma atuação eficaz junto ao cliente. Em minha experiência como terapeuta, consteladora e formadora, poderia exemplificar, falando das contribuições de:
Jirina Prekop, quando traz a informação da terapia da contenção, revelando a importância da recuperação do vínculo do amor que foi interrompido, através do abraço terapêutico, do contato físico, da proximidade, da mensagem de proteção e segurança que chega a partir da presença corporal.
Eric Berne, por meio da Análise Transacional desenvolvida por ele; outros autores como Fanita English, falando dos contos de fadas com a Análise do Script; dos Jogos, de Claude Steiner; da terapia da redecisão de Robert e Mary Goulding; dos estudos de desenvolvimento, segundo Jacqui Schiff; todos esses conhecimentos colaboram dando ao terapeuta uma compreensão da história do indivíduo firmada de 0 a 8 anos.

Milton Erickson contribui com o conhecimento da hipnose, a importância da palavra no lugar certo, do tom de voz, do volume, da relação de empatia com o cliente e do olhar para a solução, com cada cliente, cada situação. De estar presente, acompanhando, acompanhando e com a permissão do cliente, buscar a solução, integrando aparentes resistências, transformando-as em recursos poderosos.
Vários autores da Programação Neurolinguística, com o foco na solução e na capacidade de cada um de aprender e aprender, com as premissas de que aprender e praticar traz a solução que o cliente procura; que felicidade pode ser obtida a partir da informação. A ressignificação, o metamodelo de linguagem, perguntas poderosas de Virginia Satir e Fritz Perls, o foco de atenção da gestalt-terapia.
Arthur Janov e a Terapia Primal; Leonard Orr, criador do Renascimento; Dr. Peter Levine com a abordagem da experiência somática para a cura de trauma, Rupert Sheldrake com os campos morfogenéticos, Bruce Lipton com a proposta da epigenética.

Dentre tantas, essas são ferramentas básicas que apoiam o terapeuta em seu trabalho cotidiano de servir à vida e a tudo que olha para ela: profissão, carreira, relacionamentos afetivos, saúde, perdas, ganhos, etc.
Enfim, ser um constelador é ser um tecido de múltiplos fios, uma trama de muitas texturas, como disse minha querida irmã, Susy Guedes.
E, todos nós, em nossa jornada de terapeutas e consteladores, observamos que importam, sim, as ferramentas, mas importam muito mais as habilidades da meditação, de permanecer centrado, em paz e em silêncio, porém atentos e prontos.
É uma longa jornada, pois o terapeuta sistêmico necessita aprimorar-se constantemente para ter a compreensão e a visão necessárias para as intervenções fundamentais que apoiam cada cliente em sua busca de felicidade e soluções.
Abrir mão da cultura do resultado com pouca dedicação, ter a consciência de que a lei da compensação atua em todos os campos, inclusive no campo da solução, faz com que o terapeuta e cliente construam resultados de sucesso. É uma relação de parceria, confiança e amor conduzida pelo profundo movimento do espírito, focando na vida boa e feliz que todos merecemos, buscada muitas vezes, há tantas gerações.
Finalmente, talvez seja possível que um desafio não superado por um antepassado distante seja agora vencido por este cliente. Então ele poderá olhar para aquele seu antepassado, olhar para seu sistema e dizer: "conseguimos!" E isso não tem preço, não tem explicação, não tem palavras. Porque o que é certo é simples, e o simples
nem sempre é fácil e simplório. Exige desprendimento, humildade, graça e coragem. Quem segue esse caminho, sempre chega.
Um bom terapeuta sistêmico precisa mergulhar na alma humana, caminhar por trilhas já conhecidas, se permitir aprender, ser um pesquisador, ser um curioso e apaixonado pela vida, por pessoas e suas experiências. Deve estar a serviço da vida, percebendo como as ordens do amor atuam em perfeita sintonia, mesmo quando aparentemente "está tudo errado". Saber olhar para essas dinâmicas permite ao cliente a lucidez que vem através do conhecimento e o que antes era um "problema" torna-se um caminho e uma luz, uma luz que é revelada através da inclusão, da compensação e da ordem.


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