Texto de Roberta Barsotti - Musicoterapeuta Clínica e Terapeuta de Constelações
Sistêmicas Familiares e Organizacionais formada com o médico e terapeuta Dr.
Renato Shaan Bertate. Atua em consultório particular com constelações em grupo,
individuais e grupos de Desenvolvimentos Pessoal em Constelações Familiares e
Cantoterapia. Maiores informações:
4411-6541 - betabarsotti@hotmail.com
Imagem de Alex Grey - Artista americano Especialista em arte Espiritual |
As constelações sistêmicas também são de grande ajuda na chamada terapia de casal, pois juntamente com os processos entre pais e filhos, a relação entre o homem e a mulher é o coração da Psicoterapia. Amar e ser amado é o desejo mais íntimo do ser humano, independente da idade que tivermos, assim como o fracasso nos relacionamentos é um de nossos sofrimentos mais profundos.
Muitas pessoas que procuram a
terapia de casal têm expectativas que estragarão qualquer ajuda se forem
acolhidas pelo terapeuta: a fantasia usual de um ou de ambos os parceiros é que
algo se deteriorou em seu relacionamento e que cabe ao terapeuta, como perito e
especialista, repará-lo em sua “oficina”. O casal procura um "juiz"
para resolver o seu caso, alguém que ouça os argumentos das ambas as partes e
dê o seu justo veredicto, dizendo quem está certo e quem está errado.
Conflitos de casal assumem
frequentemente a forma de um desacordo em decisões relevantes, onde cada um
procura mudar o outro para que se ajuste a sua experiência de vida, a seus
desejos e convicções. Como, apesar de intensos esforços, não lhe bastou para
isso a força de sua persuasão, ele transmite ao terapeuta, de forma aberta ou
velada, o seu real desejo: “Convença-o você, eu não consigo”.
Da mesma maneira ocorre quando só
um dos parceiros procura ajuda, transparecendo o apelo: “Meu parceiro não me dá
o que preciso, não me dá atenção, não está disponível para mim. Por favor,
dê-me atenção, esteja disponível para mim, seja para mim uma pessoa familiar e
confiável”. Assim, o terapeuta é
solicitado a preencher uma lacuna para a satisfação das necessidades infantis
ou conjugais do cliente.
Na abordagem sistêmica, o
terapeuta não entra nesse papel, pois esse comportamento pode incentivar ainda
mais o conflito entre o casal, formando-se muitas vezes uma relação tripla.
Em vez disso, ele entra em
sintonia com o campo de relacionamento do casal, acompanha a vibração do
sistema do relacionamento através da técnica da constelação sistêmica, fazendo
com que se manifeste, através daquilo que se mostra, algo que seja importante
para o casal e o faça avançar. O terapeuta apenas transmite uma indicação ou um
conselho essencial, e depois se retira. Cabe ao casal a responsabilidade de dar
ou não os próximos passos.
Entre as ocorrências que atuam
como graves ofensas na relação de um
casal e com frequência acarretam a separação enumeram-se: filhos prematuramente
falecidos, abortos provocados, abortos espontâneos em grande número, ausência
de filhos, sexualidade deficiente, doenças graves, acidentes, culpa real ou
imaginária em relação ao parceiro ou a outras pessoas, traições, ameaças graves
à integridade de um dos parceiros entre outras situações.
O terapeuta investiga o que
ocorreu na história do casal, por obra do destino ou por responsabilidade
pessoal de um ou de ambos os parceiros, levando-os ao limite de seu
relacionamento. O terapeuta mostra o caminho para a solução e se retira,
deixando a responsabilidade para a solução com o casal.
E para fechar a coluna, "Eu
te amo", de Chico Buarque: "Ah, se já perdemos a noção da hora/Se
juntos já jogamos tudo fora/Me conta agora como hei de partir/Ah, se ao te
conhecer/Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios/Rompi com o mundo, queimei meus
navios/Me diz pra onde é que inda posso ir? (...)
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