sexta-feira, 8 de novembro de 2013

TERAPIA DE CASAL - enfoque sistêmico

Texto de Roberta Barsotti  -  Musicoterapeuta Clínica e Terapeuta de Constelações Sistêmicas Familiares e Organizacionais formada com o médico e terapeuta Dr. Renato Shaan Bertate. Atua em consultório particular com constelações em grupo, individuais e grupos de Desenvolvimentos Pessoal em Constelações Familiares e Cantoterapia.  Maiores informações: 4411-6541 - betabarsotti@hotmail.com
Imagem de Alex Grey -
Artista americano Especialista em arte Espiritual


As constelações sistêmicas também são de grande ajuda na chamada terapia de casal, pois juntamente com os processos entre pais e filhos, a relação entre o homem e a mulher é o coração da Psicoterapia. Amar e ser amado é o desejo mais íntimo do ser humano, independente da idade que tivermos, assim como o fracasso nos relacionamentos é um de nossos sofrimentos mais profundos.  
Muitas pessoas que procuram a terapia de casal têm expectativas que estragarão qualquer ajuda se forem acolhidas pelo terapeuta: a fantasia usual de um ou de ambos os parceiros é que algo se deteriorou em seu relacionamento e que cabe ao terapeuta, como perito e especialista, repará-lo em sua “oficina”. O casal procura um "juiz" para resolver o seu caso, alguém que ouça os argumentos das ambas as partes e dê o seu justo veredicto, dizendo quem está certo e quem está errado.
Conflitos de casal assumem frequentemente a forma de um desacordo em decisões relevantes, onde cada um procura mudar o outro para que se ajuste a sua experiência de vida, a seus desejos e convicções. Como, apesar de intensos esforços, não lhe bastou para isso a força de sua persuasão, ele transmite ao terapeuta, de forma aberta ou velada, o seu real desejo: “Convença-o você, eu não consigo”.  
Da mesma maneira ocorre quando só um dos parceiros procura ajuda, transparecendo o apelo: “Meu parceiro não me dá o que preciso, não me dá atenção, não está disponível para mim. Por favor, dê-me atenção, esteja disponível para mim, seja para mim uma pessoa familiar e confiável”.  Assim, o terapeuta é solicitado a preencher uma lacuna para a satisfação das necessidades infantis ou conjugais do cliente.  
Na abordagem sistêmica, o terapeuta não entra nesse papel, pois esse comportamento pode incentivar ainda mais o conflito entre o casal, formando-se muitas vezes uma relação tripla.
Em vez disso, ele entra em sintonia com o campo de relacionamento do casal, acompanha a vibração do sistema do relacionamento através da técnica da constelação sistêmica, fazendo com que se manifeste, através daquilo que se mostra, algo que seja importante para o casal e o faça avançar. O terapeuta apenas transmite uma indicação ou um conselho essencial, e depois se retira. Cabe ao casal a responsabilidade de dar ou não os próximos passos.  
Entre as ocorrências que atuam como  graves ofensas na relação de um casal e com frequência acarretam a separação enumeram-se: filhos prematuramente falecidos, abortos provocados, abortos espontâneos em grande número, ausência de filhos, sexualidade deficiente, doenças graves, acidentes, culpa real ou imaginária em relação ao parceiro ou a outras pessoas, traições, ameaças graves à integridade de um dos parceiros entre outras situações.
O terapeuta investiga o que ocorreu na história do casal, por obra do destino ou por responsabilidade pessoal de um ou de ambos os parceiros, levando-os ao limite de seu relacionamento. O terapeuta mostra o caminho para a solução e se retira, deixando a responsabilidade para a solução com o casal.

E para fechar a coluna, "Eu te amo", de Chico Buarque: "Ah, se já perdemos a noção da hora/Se juntos já jogamos tudo fora/Me conta agora como hei de partir/Ah, se ao te conhecer/Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios/Rompi com o mundo, queimei meus navios/Me diz pra onde é que inda posso ir? (...)

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