“Tempo, tempo, tempo, compositor de destinos....” Hoje, bem no finalzinho, quando a Terra volta ao começo de mais um giro em sua jornada ao redor do Sol, quero apenas dizer a 2013: GRATIDÃO! Gratidão por tudo! Por ter continuado navegando no Rio da Vida. Isso foi o suficiente. O resto chegou de GRAÇA. Para 2014 não tenho planos, nem metas. Quero estar a serviço. Pronta para satisfazer meu destino. Frente ao que vier, espero abrir espaço no coração, para o SEJA FEITA Á SUA VONTADE. Tenho consciência de que, eu por mim não faço coisa alguma, o Grande Espirito consegue tudo através de mim e me concede créditos. Quero ser fiel a este entendimento colocando-me a serviço desta força maior. 2014 é mais um passo na minha própria jornada e, enquanto caminho, vou esquecer que Deus é substantivo (como aprendi na escola) quero sentir Deus como VERBO. O mais ativo e dinâmico de todos. Verbo tem pessoa, voz, tempo e ação. Em 2014 minha intenção é conjugar este verbo: Deus em ação, através de mim, constelando a vida. Quero aprender a fazer isso com humildade, presença e amor. Amem! Mazé Fontes
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
“TEMPO, TEMPO, TEMPO, COMPOSITOR DE DESTINOS....”
“Tempo, tempo, tempo, compositor de destinos....” Hoje, bem no finalzinho, quando a Terra volta ao começo de mais um giro em sua jornada ao redor do Sol, quero apenas dizer a 2013: GRATIDÃO! Gratidão por tudo! Por ter continuado navegando no Rio da Vida. Isso foi o suficiente. O resto chegou de GRAÇA. Para 2014 não tenho planos, nem metas. Quero estar a serviço. Pronta para satisfazer meu destino. Frente ao que vier, espero abrir espaço no coração, para o SEJA FEITA Á SUA VONTADE. Tenho consciência de que, eu por mim não faço coisa alguma, o Grande Espirito consegue tudo através de mim e me concede créditos. Quero ser fiel a este entendimento colocando-me a serviço desta força maior. 2014 é mais um passo na minha própria jornada e, enquanto caminho, vou esquecer que Deus é substantivo (como aprendi na escola) quero sentir Deus como VERBO. O mais ativo e dinâmico de todos. Verbo tem pessoa, voz, tempo e ação. Em 2014 minha intenção é conjugar este verbo: Deus em ação, através de mim, constelando a vida. Quero aprender a fazer isso com humildade, presença e amor. Amem! Mazé Fontes
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
A RITALINA E OS RISCOS DE UM 'GENOCÍDIO DO FUTURO'
Maria Aparecida Moysés |
Estamos colocando neste espaço
trechos do trabalho da
pesquisadora da Unicamp, Maria Aparecida Moysés, sobre os efeitos da ritalina, publicados
no site da UNICAMP- Universidade
Estadual de Campinas - (www.unicamp.br) e em CARTACAPITAL. Ela alerta: o efeito de acalmar é sinal de toxicidade. " Saiba mais sobre a ritalina
tão em evidência e os seus riscos... A
ritalina e os riscos de um “genocídio do futuro”. Para uns, ela é uma droga perversa. Para
outros, a 'tábua de salvação. Tire suas conclusões.
No PORTAL UNICAMP a Dra
Maria Aparecida Moysés diz o seguinte:
Para uns, ela é uma droga perversa. Para
outros, a 'tábua de salvação'. Trata-se da ritalina, o metilfenidato, da
família das anfetaminas, prescrita para adultos e crianças portadores de
transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Teria o objetivo de
melhorar a concentração, diminuir o cansaço e acumular mais informação em menos
tempo. Esse fármaco desapareceu das prateleiras brasileiras há poucos meses (e
já começou a voltar), trazendo instabilidade principalmente aos pais, pela incerteza
do consumo pelos filhos. Ocorre que essa droga pode trazer dependência química,
pois tem o mesmo mecanismo de ação da cocaína, sendo classificada pela Drug
Enforcement Administration como um narcótico. No caso de consumo pela criança,
que tem seu organismo ainda em fase de formação, a ritalina vem sendo indicada
de maneira indiscriminada, sem o devido rigor no diagnóstico. Tanto que, no
momento, o país se desponta na segunda posição mundial de consumo da droga,
figurando apenas atrás dos Estados Unidos. Como acontece com boa parte dos
medicamentos da família das anfetaminas, a ritalina 'chafurda' a ilegalidade,
com jovens procurando a euforia química e o emagrecimento sem dispor de receita
médica. Fala-se muito que, se não fizer o tratamento com a ritalina, o paciente
se tornará um delinquente. "Mas nenhum dado permite dizer isso. Então não
tem comprovação de que funciona. Ao contrário: não funciona", critica a
pediatra Maria Aparecida Affonso Moysés, professora titular do Departamento de
Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. “A gente corre o
risco de fazer um genocídio do futuro. Mais vale a orientação familiar”,
encoraja a pediatra, que concedeu entrevista, a seguir, ao Portal Unicamp.
RITALINA A DROGA DA
OBEDIÊNCIA
Veja o que diz Dra.
Maria Aparecida Moyses em CartaCapital:
“ O Brasil é o segundo maior consumidor mundial dos
psicotrópicos chamados metilfenidatos, prescritos para o tratamento de crianças
diagnosticadas como portadoras do Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH). Atrás apenas dos Estados Unidos, consumimos, em 2009, 2
milhões de caixas, ante as 70 mil consumidas em 2000. A droga, usada para
tratar do que é considerado um distúrbio neurobiológico, é consumida, entre
outros, por crianças e adolescentes desatentos, agitados e com dificuldades
escolares. Apelidado de a “droga da obediência”, por acalmar e focar a atenção,
o medicamento leva os sugestivos nomes de Concerta e Ritalina (produzidos pelos
laboratórios Janssen Cilag e Novartis, respectivamente). Seu uso, no entanto,
provoca acaloradas discussões. A pediatra Maria Aparecida Affonso Moysés, da
Unicamp, é uma das vozes médicas a questionar a existência de “uma doença
neurológica que só altere comportamento e aprendizagem”. Nessa entrevista, ela
explica as reações adversas da droga e afirma que os critérios para
diagnosticar o TDAH são normas sociais.”
Em outro trecho da
entrevista em CARTACAPITAL ela diz o seguinte: “ A sociedade médica brasileira,
há 50 anos, era voltada para a França. Hoje é voltada para os EUA. É quase
mundial isso, mas na Europa ainda há uma resistência. Somos muito dependentes
da tecnologia e da cultura americana, que impõe essa padronização e
normalização das pessoas. A gente constrói uma sociedade que quer uma criança
cada vez mais ativa e ligada no mundo. Crianças com 4 anos mexem no computador
com várias janelas abertas ao mesmo tempo. Quando elas chegam na escola,
queremos que elas façam uma coisa só e não questionem. Queremos crianças
criativas, ótimas e submissas! Elas questionam, querem saber o porquê. O “não”
não basta mais. E os adultos não aguentam isso. A sociedade é muito incomodada
com os questionamentos e a gente acaba abafando isso via substância química.
Junte isso ao interesse financeiro das indústrias farmacêuticas. Elas financiam
cursos, viagens para médicos, vantagens em clínicas. Curso para professores
financiado por um laboratório é algo estranho. Não sejamos ingênuos: eles
estão, na verdade, treinando professores para identificar futuros clientes
consumidores de suas drogas. E esse é um peso muito forte, que consta,
inclusive, em relatório do departamento de justiça dos EUA, mostrando como a
Ciba-Geigy (Laboratório que viria, a partir de 1996, a formar a Novartis) –
financiava entidades de familiares e profissionais ligados à defesa das pessoas
com TDAH.
EM PORTAL UNICAMP – Na
França, o TDAH é praticamente zero. A que se deve isso?
Cida Moysés – Isso se
deve a valores culturais, fundamentalmente.
No site Unicamp, www.unicamp.br em CartaCapital a medica Maria Aparecida Affonso Moysés, fala com mais
detalhes sobre os efeitos da ritalina.
domingo, 29 de dezembro de 2013
A ALMA - O "CAMPO DOTADO DE SABER"
Imagem de ALEX GREY artista americano dedicado a temas espirituais |
Jakob Robert Schneider |
Texto de Jakob Robert Schneider (*)
As constelações familiares se
referem de uma nova maneira àquilo que chamamos de "alma". Podemos
denominar assim a força invisível que animando (ou pelo menos no mundo animado;
congrega partes num todo de uma tal maneira que o todo é mais do que a soma das
partes e de suas funções dentro dele. A alma não se identifica com nossa
consciência, pois inclui o inconsciente. E não se identifica com os processos
fisiológicos e físicos em nosso corpo e em nosso cérebro, embora esteja
inseparavelmente unida a eles. Não se identifica tampouco com nossos
sentimentos, embora o sentir seja o modo de expressão por onde se experimenta a
alma.
Ela é antes como o espaço ou o
campo que une, ultrapassando espaço e tempo, tudo o que constitui uma pessoa,
criando uma identidade. A abordagem típica da ciência natural atual, que busca
o que "não difere", a saber, as partes e partículas e suas mútuas
conexões, exclui por seu próprio método a possibilidade de descobrir uma alma.
Porém nossa experiência quotidiana se dirige ao que é "mais do que".
Não há conversa, nem arte, nem política, nem vida de relacionamento sem
participação da alma. Como a experiência psíquica não pode ser reduzida ao que
material e quantificável, a língua desenvolveu "palavras da alma" como
liberdade, paciência, espírito, coragem, amor, etc. O que entendemos por
"amor" não pode ser adequadamente entendido a partir de genes ou de
funções do cérebro.
Sabemos que para falar dos
domínios da alma dependemos de imagens, metáforas, imprecisões, vivências,
experiências, intuições perceptivas, bem como da função anímica da avaliação
sensitiva e de coisas semelhantes. Por mais que as ciências da natureza nos
ajudem com seus conhecimentos e nos obriguem, por exemplo, a repensar nossa
liberdade de decisão, a ocupação com a alma, que ultrapassa o âmbito da
experiência da vida, pertence mais às ciências do espírito ou à psicologia como
ciência do espírito. O trabalho com as constelações familiares se apresenta no
concerto da teoria e da prática psicológica modernas de um modo amplo e
desafiador, descortinando a alma redescoberta e suas leis.
Da mesma forma como em nossa alma
pessoal somos maiores do que aquilo que percebemos conscientemente em nós,
assim também em todos os níveis de relações estamos envolvidos em contextos maiores,
formados, em termos anímicos, por "espaços" ou "campos"
(tomados como metáforas), que juntam as partes para constituir algo
"mais" e "maior": uma união familiar, um grupo de amigos,
uma empresa, uma comunidade social, um Estado - que se integra na natureza e no
cosmo como um todo. Essa nossa vinculação, em sua grandeza e totalidade, recebe
freqüentemente de Bert Hellinger a denominação de "grande alma". Isso
não significa para ele algo místico ou do além, mas a totalidade da existência individual
e coletiva, que justamente através das conquistas das ciências naturais nos
aparece de modo cada vez mais misterioso, nos sustentando, ligando e talvez
mesmo dirigindo.
Entre os consteladores também
existem divergências sobre a conveniência e a medida em que se falar de alma.
Para alguns isso envolve uma carga excessivamente mística ou religiosa. Outros
não partilham essas restrições. Pois diariamente, ao abrirmos um jornal ou
revista, lemos em diversos artigos, seja na política, na economia ou na parte esportiva
a palavra "alma" num contexto imediatamente inteligível para cada
caso. Por exemplo, em manchete: "O templo de Ankor e a alma ferida do
Camboja: em busca de nossa identidade".
Quando se fala de
"alma", seja no trabalho com as constelações, seja de modo geral na
psicoterapia ou na vida quotidiana, isso não acontece com ânimo
anti-científico. Um consultor familiar não pode esperar que a ciência natural
lhe forneça dados e métodos exatos, cientificamente comprovados e
universalmente reconhecidos, para a solução de conflitos conjugais. Ele
trabalha de uma forma mais ampla, orientado por vivências e pelas "regras
da alma". Uma das realizações de Bert Hellinger é ter condensado e
desenvolvido um modelo preexistente de constelações familiares, reduzindo ao
essencial, de uma forma experimentável, os processos anímicos e os complexos
contextos de relações, e abrindo o acesso a mudanças profundas na alma. Quem se
disponha a isso pode comprová-lo pela própria prática do próprio Bert
Hellinger, amplamente documentada, e de milhares de consultores e terapeutas.
(*) -JAKOB SCHNEIDER (Munique-Alemanha): Professor e Terapeuta de casais e
de famílias. Exerceu as funções de assistência aos jovens e de orientador de
casais a serviço da igreja. Formou-se em PNL e psicoterapia sistêmica. Dirige
seminários de constelação familiar na Alemanha, Itália e Brasil; supervisiona
clínicas e instituições sociais. Sua especialidade é o estudo dos efeitos das
‘Ordens do Amor’ nas relações e a inclusão de contos de fada e de histórias
literárias no trabalho com vínculos de destino. Foi professor e diretor
pedagógico dos 1º, 2º e 3º Cursos de Formação em Terapia Sistêmica Familiar
Fenomenológica no Brasil, sob a coordenação de Reginaldo Teixeira Coelho
(Régis).
Jakob Robert Schneider estará em São Paulo - 01 e 02 de abril de 2014- ministrando
Seminário sobre Supervisão de Casos e Supervisão Pessoal em Constelações Sistêmicas.
Este SEMINÁRIO é direcionado aos ex-alunos dos Cursos de Formação em Terapia
Sistêmica Familiar Fenomenológica feitos
sob a coordenação de Régis e orientação do próprio Jakob Schneider, aos ex-alunos
e alunos de todos os cursos de formação reconhecidos pela ABC Sistemas,
propostos pela CBCS, como também aos filiados à ABC Sistemas (Associação
Brasileira de Constelações Sistêmicas) e aos filiados à CBCS (Comunidade
Brasileira dos Consteladores Sistêmicos) de todo o Brasil. Informações no site da CBSC ou com Vera Bassoi – Cel (15) 997742890 –Email:
verabassoi@gmail.com
sábado, 28 de dezembro de 2013
ONDE ESTÃO OS DEUSES?
Artigo de Santiago Torrente Perez (*)
Esta pergunta parece difícil de ser respondida e é, mas
depois de muito pesquisar, ler, debater e experimentar acho que posso dar uma
possível resposta. Os deuses estão em todo lugar e em lugar nenhum, como na
física quântica eles se parecem à luz que uma hora é partícula outra onda,
dependendo da atenção e do olhar do observador.
Os mitos contados nos livros sagrados, parecem descrever
simbolicamente aquilo que é constitutivo no universo, ou seja sua energia
criadora, estabelecida no momento da grande explosão cósmica onde se fragmentou
em infinitas possibilidades de vibração. Uma dessas possibilidades é o que
conhecemos como mundo visível, captado pelos sentidos físicos, outra é a
correspondente ao mundo invisível mas perceptível àqueles mais sensíveis e atentos.
Essas energias construíram e fazem parte integrante do
universo, fluem por todo o cosmo, agindo de forma perceptível ou sutil,
dependendo do grau de vibração que se manifestem sobre a realidade que vivemos.
Embora tenhamos a ilusão da separação, estamos intrinsecamente vinculados a
essas energias consciente e/ou inconscientemente. A maneira que temos para
compreendê-las foi construída e dada como herança cultural desde tempos
imemoriais através das gerações pelos mitos. Os deuses, o espírito de nossos
ancestrais e suas manifestações foram simbolicamente transmitidas, como formas
de organizar o mundo e dar-lhe sentido.
Esses seres transcendentes, poderosos e seus símbolos são o
correspondente simbólico das energias que conformam, modelam e criam nossos
corpos e mentes. Portanto os mitos são a forma que encontramos para
compreender, interpretar e moldar as forças descomunais da natureza que nos
constituem e habitam em nós.
Para poder sentir isso de forma clara sugiro fazer a
seguinte experiência:
Sente-se confortavelmente em um lugar tranquilo, se for
junto à natureza melhor, feche os olhos, sinta sua respiração por algum tempo e
diga a si mesmo: “Deus está em meu corpo, em minhas carnes”, repita isso
algumas vezes e veja como se sente.
Se realmente se permitir ter essa experiência certamente
começará a ser, sentir, pensar e agir diferente.
(*) Santiago
Torrente Perez - Bacharel em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Mestre em Ciências Sociais e Antropologia pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. É Constelador Sistêmico – pelo método de
Constelações Familiares e Sistêmicas de Bert Hellinger, formação ministrada por Mimansa Erika Farny - São Paulo-SP. Participação do Grupo de Estudos em
Constelações e outras técnicas do Instituto Atma Coordenado por Artur Tacla.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
FELIZ NATAL - FELIZ ANO DE 2014
Lá vai o tempo. Um ciclo partindo e outro amanhecendo em nossas
vidas. Neste finalzinho de 2013 quero falar de minha gratidão a Deus, que me
criou e me doou a vida, ao anjo que me acompanha desde sempre, ao campo
familiar que abrigou meu SER, me fez pertencer e cuida de mim, ao antepassado
desconhecido que, mesmo sem que eu saiba, zela e torce por mim. Gratidão aos
amigos e a todos que me dedicam amor e amizade. Gratidão aos clientes porque confiaram
no meu trabalho, me fizeram estudar e aprender mais com suas historias e
sistemas. Gratidão ao ano de 2013, que está
partindo, porque foi generoso e prospero. Ofereceu especiais oportunidades de
crescimento e mudanças.
Desejo um excelente Natal e um feliz 2014. Muita Luz, Paz e saúde em abundância. Que você(s) esteja (m) PRESENTE em tudo, que seu (s) anjo(s) diga (m) AMEM ao seu espirito. Que o Grande Espirito abençoe seus sonhos e seu Destino. E que assim seja!
Desejo um excelente Natal e um feliz 2014. Muita Luz, Paz e saúde em abundância. Que você(s) esteja (m) PRESENTE em tudo, que seu (s) anjo(s) diga (m) AMEM ao seu espirito. Que o Grande Espirito abençoe seus sonhos e seu Destino. E que assim seja!
sábado, 7 de dezembro de 2013
O QUE É O DIREITO SISTÊMICO?
Artigo escrito por Sami Storch (*) Publicado em 29/11/2010
A expressão “direito sistêmico”,
no contexto aqui abordado, surgiu da análise do direito sob uma ótica baseada
nas ordens superiores que regem as relações humanas, segundo a ciência das
constelações familiares sistêmicas desenvolvida pelo terapeuta e filósofo
alemão Bert Hellinger.
Venho me dedicando ao estudo
desse assunto desde o ano de 2004, quando tive meu primeiro contato com a
terapia das constelações familiares e percebi que, além de ser uma terapia
altamente eficaz na solução de questões pessoais, o conhecimento dessa ciência
tem um potencial imenso para utilização na área jurídica, na qual tenho
formação acadêmica e profissional.
Isso porque, na prática, mesmo
tendo as leis positivadas como referência, as pessoas nem sempre se guiam por
elas em suas relações. Os conflitos entre grupos, pessoas ou internamente em
cada indivíduo são provocados em geral por causas mais profundas do que um mero
desentendimento pontual, e os autos de um processo judicial dificilmente
refletem essa realidade complexa. Nesses casos, uma solução simplista imposta
por uma lei ou por uma sentença judicial pode até trazer algum alívio
momentâneo, uma trégua na relação conflituosa, mas às vezes não é capaz de
solucionar verdadeiramente a questão, de trazer paz às pessoas.
O direito sistêmico se propõe a
encontrar a verdadeira solução. Essa solução não poderá ser nunca para apenas
uma das partes. Ela sempre precisará abranger todo o sistema envolvido no
conflito, porque na esfera judicial – e às vezes também fora dela – basta uma
pessoa querer para que duas ou mais tenham que brigar. Se uma das partes não
está bem, todos os que com ela se relacionam poderão sofrer as conseqüências
disso.
Exemplifico: Uma pessoa
atormentada por motivos de origem familiar pode desenvolver uma psicose,
tornar-se violenta e agredir outras pessoas. Quem tem a ver com isso? Todos.
Toda a sociedade. Adianta simplesmente encarcerar esse indivíduo problemático,
ou mesmo matá-lo (como defendem alguns)? Não. Se ele tiver filhos que, com as
mesmas raízes familiares, apresentem os mesmos transtornos, o problema social
persistirá.
A solução sistêmica, nesse caso,
deve ter em vista a origem familiar do indivíduo. Não haverá real solução de
outra forma.
Numa ação de divórcio, a solução
jurídica relativa aos filhos menores pode ser simplesmente definir qual dos
pais ficará com a guarda, como será o regime de visitas e qual será o valor da
pensão. É o que usualmente se faz. Mas de nada adiantará uma decisão judicial
imposta se os pais continuarem se atacando. Independentemente do valor da
pensão ou de quem será o guardião, os filhos crescerão como se eles mesmos
fossem os alvos dos ataques de ambos os pais.
Uma ofensa do pai contra a mãe,
ou da mãe contra o pai, são sentidas pelos filhos como se estes fossem as
vítimas dos ataques, mesmo que não se dêem conta disso. Isso porque
sistemicamente os filhos são profundamente vinculados a ambos os pais biológicos.
São constituídos por eles, por meio deles receberam a vida.
O filho não existe sem o pai ou
sem a mãe e, seja qual for o destino que os filhos construírem para si, será
uma sequência da história dos pais.
Por isso é que, mesmo que o filho
manifeste uma rejeição ao pai – porque este abandonou a família ou porque não
paga pensão, por exemplo – toda essa rejeição se volta contra ele mesmo,
inconscientemente. Qualquer ofensa ou julgamento de um dos pais contra o outro
alimenta essa dinâmica, prejudicial sobretudo aos filhos. O mesmo ocorre quando
o juiz toma o partido de um dos pais contra o outro, reforçando o conflito
interno na criança.
A solução sistêmica, para ser
verdadeira, precisará primeiramente excluir os filhos de qualquer conflito
existente entre os pais, para que os filhos possam sentir a presença harmônica
do pai e da mãe em suas vidas.
O juiz, por sua vez, antes de
decidir, deve considerar essa realidade e ter em seu coração as crianças e
ambos os pais, além de outras pessoas eventualmente envolvidas, sem julgamentos
de qualquer tipo. Com tal postura, por si só, o juiz já estará facilitando uma
conciliação entre as partes (que constituem um só sistema). E, caso se faça
necessária uma solução imposta, esta será mais bem recebida por todos, pois
todos sentirão que foram vistos e considerados pelo juiz.
Que fique bem claro: isso não
impede que o pai e a mãe discutam as questões necessárias, judicialmente ou
não, desde que isso se dê entre eles, sem o envolvimento dos filhos, nem que o
juiz decida as demandas que lhe forem postas.
A
abordagem sistêmica do direito, portanto, propõe a aplicação prática da ciência
jurídica com um viés terapêutico – desde a etapa de elaboração das leis até a
sua aplicação nos casos concretos. A proposta, aqui, é utilizar as leis e o
direito como mecanismo de tratamento das questões geradoras de conflito,
visando à saúde do sistema “doente”, como um todo.
(*)- Sobre Sami Storch
Juiz de Direito no Estado da
Bahia, atualmente em exercício nas Comarcas de Amargosa e Lauro de Freitas.
Graduei-me na Faculdade de Direito da USP, cursei Mestrado em Administração
Pública e Governo (EAESP-FGV/SP) e diversos cursos de formação e treinamentos
em Constelações Sistêmicas Familiares e Organizacionais segundo Bert Hellinger.
Meu foco é a aplicação prática, no exercício das atividades judicantes, dos
conhecimentos e técnicas das constelações familiares. O objetivo é utilizar a
força do cargo de juiz para auxiliar na busca de soluções que não apenas
terminem o processo judicial, mas que realmente resolvam os conflitos, trazendo
paz ao sistema.
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
`TRAUMA' PODE SER TRANSMITIDA ENTRE GERAÇÕES, SUGERE ESTUDO
Artigo publicado na Folha de São Paulo- Terça - feira, 3 de dezembro de 2013 – Postado no Facebook por Maria Justina Mottin Nunes (*) via Ana Carolina Carpes Madaleno
Um estudo feito por cientistas americanos aponta que o comportamento humano pode ser afetado por episódios vivenciados por gerações passadas por meio de uma espécie de memória genética. As pesquisas mostraram que um evento traumático pode afetar o DNA no esperma e alterar os cérebros e o comportamento das gerações futuras.
O estudo, publicado na revista
científica Nature Neuroscience, indica que camundongos treinados para se
esquivar de um determinado tipo de odor passaram essa aversão a seus 'netos'.
Especialistas dizem que os
resultados são importantes para as pesquisas sobre fobia e ansiedade.
Os animais foram treinados para
temer um cheiro similar ao da flor de cerejeira.
A equipe, composta por cientistas
da Emory University School of Medicine, nos Estados Unidos, averiguou, então, o
que estava acontecendo dentro do espermatozoide dos camundongos.
Os cientistas constataram que o
trecho do DNA responsável pela sensibilidade à essência da flor de cerejeira
estava mais ativo na célula reprodutiva masculina.
Tanto a prole dos camundongos
quanto os descendentes destes demonstraram hipersensibilidade à flor de
laranjeira e se esquivaram dela, mesmo que não tenham passado pela mesma experiência.
Os pesquisadores também
identificaram mudanças na estrutura dos cérebros desses animais.
"As experiências vivenciadas
pelos pais, mesmo antes da reprodução, influenciaram fortemente tanto a
estrutura quanto a função no sistema nervoso das gerações subsequentes",
concluiu o relatório.
ASSUNTOS FAMILIARES
As descobertas oferecem evidência
de uma "herança epigenética transgeracional", ou seja, de que o
ambiente pode afetar os genes de um indivíduos, que podem então ser
transmitidos a seus herdeiros.
Um dos pesquisadores, Brian Dias,
afirmou à BBC que tal característica "pode ser um mecanismo pelo qual os
descendentes mostram marcas de seus antecessores".
"Não há dúvida de que o que
acontece com o espermatozóide e o óvulo pode afetar as gerações futuras".
O professor Marcus Pembrey, da
Universidade College London, afirmou que as descobertas são "altamente
relevantes para as fobias, ansiedade e desordens de estresse
pós-traumático" e fornecem "fortes evidências" de que uma forma
de memória pode ser transmitida entre gerações.
Diz ele: "A saúde publica
precisa urgentemente levar em conta as respostas transgeracionais
humanas".
"Acredito que não
entenderemos o aumento nas desordens neuropsiquiátricas ou a obesidade,
diabetes e as perturbações metabólicas sem esse tipo de abordagem
multigeracional".
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Este estudo cientifico confirma o que O PENSAMENTO SISTEMICO conhece
e divulga com sua pratica através das constelações familiares. Acontecimentos
vividos em gerações anteriores são revividos
por alguém, por algum descendente, em
uma geração posterior. A observação final é nossa. Mazé fontes
(*)- Maria Justina Mottin Nunes – É consteladora familiar; Mora em
Caxias do Sul –oferece formação para consteladores familiares
A BOLA DOURADA
Este trecho de Bert Hellinger foi postado no Facebook por Sami Storch. Foto de INSTITUTO
CONSTELAÇÕES.
O fluxo do amor, sempre em frente!
O que recebi pelo amor de meu pai eu não lhe paguei pois, em
criança, ignorava o valor do dom, e quando me tornei homem, endureci como todo
homem. Agora vejo crescer meu filho, a quem amo tanto como nenhum coração de
pai se apegou a um filho. E o que antes recebi estou pagando agora a quem não
me deu nem me vai retribuir. Pois quando ele for homem, e pensar como os
homens, seguirá, como eu, os seus próprios caminhos. Com saudade, mas sem
ciúme, eu o verei pagar ao meu neto o que me era devido. Na sucessão dos tempos
meu olhar assiste, comovido e contente ao jogo da vida: Cada um, com um
sorriso, lança adiante a bola dourada, e a bola dourada nunca é devolvida!
Börries von Münchhausen (encontra-se traduzido no livro “O Amor do Espírito”-
Ed. Atman - Bert Hellinger)
sábado, 30 de novembro de 2013
LEIS DO AMOR
Este texto foi escrito, como tarefa de casa, pela
aluna Ana Paula Brolezi David. É uma síntese das Leis Sistêmicas, produzido como tarefa do Módulo I, Introdução às Constelações Sistêmicas Familiares e Organizacionais, do Curso Vivencial Treinamento em Constelações Sistêmicas, da professora Ana Lucia Braga.(*)
“ Muita gente julga que o amor
tem o poder de superar tudo, que é preciso apenas amar bastante e tudo ficará
bem. (…) para que o amor dê certo, é preciso que exista alguma outra coisa ao lado dele. É necessário que haja
o conhecimento e o reconhecimento de uma ordem oculta do amor.” Bert Hellinger
Hellinger descobriu, ao longo de
seu trabalho, uma série de leis ocultas que atuam sobre as pessoas, famílias e
grupos. Essas leis, que chamou de leis do amor, são forças dinâmicas e
articuladas que atuam sobre nossas vidas sem que o percebamos. Quando
ignoradas, causam grandes desordens, conflitos, doenças e dores. Em
contrapartida, quando respeitadas percebemos seu fluxo harmonioso como uma
sensação de estar bem no mundo.
A primeira lei se refere à
pertinência: Todos têm o igual direito de pertencer.
A segunda lei se refere ao
equilíbrio entre dar e receber.
A terceira lei diz que há uma
hierarquia de tempo: os mais antigos vêm primeiro e os mais novos vêm depois.
Para Bert, todo grupo funciona
como um organismo vivo que se autorregula para permitir que sobreviva ao longo
do tempo. E foi trabalhando e observando questões simples e essenciais do
relacionamento familiar, que tocavam de forma sutil a alma da família, como a dor, a vida, a morte, o amor
e as separações e seus resultados que ele formulou as leis ou ordens do amor,
utilizando, para tal, o método fenomenológico.
1° Lei: TODOS TÊM O IGUAL DIREITO DE PERTENCER.
Essa lei diz que não importa o
que uma pessoa faça de “condenável”, “pecaminoso”, “reprovável” ou “errado” ela
continua tendo o direito de pertencer ao sistema familiar.
Suas atitudes não o isentam de
repreensões, de restrições, de punições legais e podem até diminuir sua
confiabilidade e proximidade, mas isso não tira seu direito de pertencer ao
sistema familiar.
Quando algum membro da família é
excluído acaba por se criar um efeito colateral onde os mesmos comportamentos
reprováveis acabam por reaparecer em alguns membros das gerações seguintes
(filhos, netos ou bisnetos) ou como um problema entre irmãos ou casal.
Essa lei também é válida
para filhos que não foram reconhecidos e
pessoas que foram prejudicadas em favor de alguém da família. Por exemplo, em
separações onde a felicidade de alguém foi fruto da infelicidade de outro.
Quando esses membros da família
são reconhecidos, pode haver a reconciliação pacífica entre todos, mas isso
requer grande coragem, pois exige que os membros da família superem seus
julgamentos morais em favor da reinclusão daquele membro excluído e que se dê
um lugar a ele em seus corações.
Assim todos podem sentir a paz
que foi interrompida pelos acontecimentos dolorosos do passado, e para o membro
que carregava a sensação de não ser aceito acaba e a felicidade se torna
possível.
2° Lei: O EQUILÍBRIO ENTRE O DAR E RECEBER
Bert percebeu que nas famílias
existe uma ordem natural do dar e receber entre pais e filhos e nos casais.
A ordem natural vem do mais
antigo para o mais jovem. Os pais dão e os filhos recebem. Os pais dão a vida e
os filhos a tomam. Os pais dão amor e os filhos o tomam em seu coração. Aqui dá
se um grande aprendizado: os filhos precisam dos pais, mas os pais não precisam
dos filhos.
Quando essa ordem é invertida os
problemas começam. Muitos pais, voltados para seus problemas íntimos, acabam
por sobrecarregarem seus filhos que na tentativa de trazê-los para o aqui e
agora e fazê-los felizes, em sua inocência, inconscientemente, dizem: “eu vou
no seu lugar” ou “eu sofro por você”, e acabam ficando doentes para que os pais
se unam e sejam felizes.
Esse amor é cego e além de não
solucionar o problema acaba por agravar a situação, pois os pais acabam por
abandonarem seus relacionamentos para nutrir as necessidades dos filhos e,
embora inconscientemente, eles acabam pagando com um sentimento de expiação e
toda expiação é sem sentido e não traz crescimento, pois nenhum mal se paga com
sofrimento.
No momento que os pais percebem
que a criança passou a ter mais importância na família, é hora de reassumirem o
papel de pais e deixarem seus filhos livres para que sigam suas vidas.
A melhor forma de os filhos
retribuírem o amor que receberam dos pais é passando adiante para as próximas
gerações.
Entre o casal, há desequilíbrio
quando um dos parceiros se sente superior ao outro e prefere dar todo o seu
amor ao parceiro e sem perceber se recusam a receber. Com o tempo o parceiro
vai se infantilizando e se torna dependente, perdendo assim o interesse e acaba
por buscar novas distrações e vícios para preencher o vazio que sente ou acaba
por adoecer pela impossibilidade de retribuir o muito que recebeu.
Os que muito recebem podem agir
de 3 formas:
A primeira é ser grato pelo muito
que recebeu, a segunda é tentar diminuir e atacar a pessoa que deu muito para
que ela se sinta tão inferior quanto ele. E a terceira, é deixar a pessoa que
muito deu, seja traindo ou abandonando a relação.
Portanto, para que o amor dê
certo é fundamental que o equilíbrio entre dar e receber seja respeitado.
3° Lei: HÁ UMA HIERARQUIA DE TEMPO: OS
MAIS ANTIGOS VÊM PRIMEIRO E OS MAIS NOVOS VÊM DEPOIS.
A hierarquia diz que quem vem
primeiro tem prioridade sobre quem vem depois, assim os pais tem prioridades
sobre os filhos. Os pais são grandes e os filhos pequenos, assim os pais dão e
os filhos recebem.
Quando essa ordem fica invertida
e os filhos se sentem maiores que os pais, a alma do filho sente um desconforto
que se manifesta em forma de sofrimento autoimposto, essa arrogância acaba por trazer à vida dos filhos muitos fracassos,
doenças e destinos difíceis.
Os filhos devem receber o amor
dos pais da forma como lhe é dado, e ser gratos.
Quando os filhos reivindicam dos
pais além do que eles dão, cria-se uma desordem na hierarquia, deixando-os
amargos e duros consigo mesmo.
Entre os relacionamentos também
existe uma ordem, só que diferente.
Quando o filho arruma uma esposa,
a família atual passa a ter preferência sobre a família do pai e mãe.
Os conflitos acontecem quando um dos parceiros fica preso à família
anterior e não se entrega plenamente ao parceiro. Nesse caso a solução é
reconhecer a grandeza dos pais, mas honrar a escolha amorosa atual.
Quando há um segundo casamento, o
atual tem prioridade sobre o anterior, mas se houver filhos do primeiro
casamento, esses têm prioridades sobre o segundo casamento e há a necessidade
que a mãe dos filhos seja reconhecida como a primeira mulher e mãe dos filhos
do marido.
A arrogância dos filhos em exigir
mais do que receberam dos pais causa muita dor, mas quando se consegue
reconhecer a grandeza da vida e perceber que isso é o bastante, a ordem se
restabelece no sistema familiar e o amor volta a fluir.
Quando respeitadas essas três
leis, a vida segue em harmonia, equilíbrio e sucesso.
(*) - Ana Lucia
Braga é Terapeuta de Constelações Sistêmicas, Terapeuta Corporal Neo Reichiana
e Psicopedagoga.
Formação: - Constelações Sistêmicas em São Paulo, na primeira turma do médico e
terapeuta Renato Shaan Bertate, realizando seminários com os terapeutas
alemães: Mimansa Erica Farny, Mariane Franke e Hady Leitner. - Participou de
seminário com o terapeuta alemão Jacob Schineider - E dos seminários de Bert
Hellinger no Brasil, em 2005, 2006 e 2007, Belo Horizonte, Goiânia e Brasília,
respectivamente - Participou dos I, II e III Treinamentos avançados em
Constelações Familiares, conduzidos por Bert Hellinger e Sophie Hellinger, em
Águas de Lindóia – SP, em 2008, 2009 e no México em 2011. - Participou das
Jornadas Internacionais de Pedagogia Sistêmica conduzidas por Bert e Sophie
Hellinger, no CUDEC, México, em 2012.
Contato :
Tel. +55 16 3021-5490 – 32353338 – 32353339- Cel.: +55 16 9994-7224
e-mail:
anaabbraga@gmail.com.br
terça-feira, 19 de novembro de 2013
PEDAGOGIA SISTÊMICA: PROJETO NUMA ESCOLA BRASILEIRA
A pedagogia sistêmica ou paradigma sistêmico-fenomenológico é um método educativo,uma prática
dinâmica que está vinculada no contexto educativo e que denominamos campos de
aprendizagem. “Este novo paradigma
vem sendo desenvolvido nos últimos sete anos em vários países do mundo,
ampliando a visão significativa do todo na relação escola-família, trazendo a
possibilidade de criarmos a partir da escola um ambiente de inclusão onde todos
possam assumir os seus papéis, levando em conta os sistemas familiares,
educativos e institucionais. Se algo caracteriza a pedagogia sistêmica é,
justamente, a sua firme proposta de inclusão. Devemos o seu desenvolvimento a
Bert Hellinger (psicoterapeuta alemão) criador da Terapia Sistêmica Fenomenológica - Constelações Familiares, técnica terapêutica que permite olhar
o indivíduo dentro do seu contexto familiar a partir das relações que
estabelece com pessoas da família e com pessoas que não fazem parte da família,
através de vínculos de amor e lealdade. A solução para os conflitos e as
desordens ocorridas nestas relações se faz através das "ordens do
amor", promovendo equilíbrio e harmonia.”-
Texto retirado do portal WIKIPÉDIA
CORRIGINDO, com base em observação feita por Olinda Guedes: Amada...
A CHAMADA DESSA REPORTAGEM NÃO ESTÁ
CORRETA... o Projeto não é europeu.. é bem brasileiro de lindo mesmo... e
tem a participação da Marianne Franke-Gricksch como nossa mentora... Somos a
humanidade, unida pelas mesmas inspirações... isso é o mais bonito.
Obrigada Olinda Guedes por apontar este equivoco na edição do vídeo e no titulo da postagem.Valeu!
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
SAPATOS COM LAÇOS DE DESTINO
Dra, Dagmar Ramos |
domingo, 17 de novembro de 2013
FORTALECENDO SUA FAMÍLIA COM HISTÓRIAS
Artigo retirado do blog
ESPAÇO SHALOM TERAPIAS INTEGRADAS postado
por Margarita Delia Mouriño, nascida em Mar Del Plata, Argentina, reside no Brasil desde
1973. Estuda Xamanismo na linha matricial da Carminha Levy, com Mara Weinreb
desde 1999. Faz parte da primeira geração da Tenda da Lua (duração de 5 anos) e
foi membro do Conselho das Tendas do Sul até 2002. Formada em Constelações
Familiares pelo Centro Latinoamericano de Constelaciones Familiares y
Soluciones Sistémicas, de Buenos Aires, Argentina.Experiência Somática
(tratamento do trauma), em curso.
Uma das coisas mais importantes
que você pode fazer para a sua família pode ser a mais simples de todas:
desenvolver uma forte história familiar.
Os psicólogos Marshal Duke e
Robyn Fivush desenvolveram uma métrica chamada de escala “Você Sabe”? que pedia
que crianças respondessem a vinte perguntas. Por exemplo, “Você sabe onde seus
avós cresceram? Você sabe qual o ginásio que sua mãe frequentou? Você sabe onde
os seus pais se conheceram? Você sabe se na sua família já aconteceu alguma
doença séria ou algo realmente terrível? Você sabe a história do seu
nascimento"?
Quanto mais as crianças sabiam
sobre a história da sua família, mais forte era seu senso de controle sobre
suas vidas, mais elevado era sua autoestima e mais elas achavam que suas
famílias funcionavam de uma forma bem sucedida. Essa escala “Você Sabe”? é o
melhor previsor para a saúde emocional da criança, felicidade e resiliência –
sua capacidade de encarar desafios e aliviar o estresse.
Os psicólogos descobriram que
cada família tem um de três tipos de narrativas unificadoras.
A primeira é a narrativa da
ascensão da família: “Filho, quando chegamos nesta área, não tínhamos nada.
Nossa família trabalhou. Abrimos uma loja. Seu avô foi para o colegial. Seu pai
foi para a faculdade. E agora você....”
A segunda é a narrativa do
descenso da família: “Querido, nós tínhamos de tudo. Mas aí perdemos tudo”.
A narrativa mais saudável é a da
família oscilante: “Querido, deixe-me te contar, nós tivemos altos e baixos na
nossa família. Construímos um negócio familiar. Seu avô era um pilar na
comunidade. Sua mãe fazia parte do conselho do hospital. Mas nós também tivemos
reveses. Você teve um tio que certa vez foi preso. Tivemos uma casa que pegou
fogo. Seu pai ficou desempregado. Mas o que quer que tenha acontecido, sempre
nos mantivemos unidos como família”.
O Dr. Duke disse que as crianças
com mais autoconfiança são aquelas que ele e o Dr. Fivush classificam como
tendo uma “forte identidade intergeracional”. Elas sabem que fazem parte de
algo maior do que elas mesmas.
Em suma: Se você quer uma família
mais feliz, crie, refina e reconte a história dos momentos positivos da sua
família, e a capacidade dela de superar os momentos difíceis pelos quais
passou. Esse ato por si só pode aumentar as chances da sua família florescer
por muitas gerações no porvir.
[do artigo “The Stories that Bind
Us” (“As Histórias que Nos Unem”) por Bruce Feiler, New York Times, 15 de março
de 2013]
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
AS ORDENS DA AJUDA
Escrito por Bert Hellinger - Uma síntese ampliada - (Maio, 2003)
Fonte: Home-page de Bert Hellinger: www.hellinger.com
Tradução: Newton A. Queiroz- Setembro de 2003
Advertência do tradutor : Acho necessário dar um breve
esclarecimento prévio sobre os dois vocábulos-chave do presente texto.
1. Ajuda, ajudante
O título original do artigo é Die
Ordnungen des Helfens, literalmente: As Ordens do Ajudar, que prefiro traduzir
por As Ordens da Ajuda, por ser mais consoante com nosso uso. Assim, deve-se
entender por ajuda, no presente texto, principalmente a maneira de ajudar e a
atitude de quem presta ajuda. Quem presta ajuda – no mais das vezes,
profissionalmente – é o que Hellinger denomina “der Helfer”, e que traduzimos
literalmente, na falta de termo melhor, por “o ajudante”. Nesta categoria estão
compreendidos principalmente os que profissionalmente prestam assistência a
outras pessoas (o médico, o terapeuta, o assistente social, o sacerdote...),
como também aqueles que o fazem voluntariamente, em caráter não profissional.
2. Ordens
As “ordens”, no sentido típico de
Bert Hellinger, são as leis, princípios ou ordenações básicas preestabelecidas,
que devem presidir nossos comportamentos. Assim, as "ordens do amor” são
as leis que devem presidir nossos relacionamentos, para que o amor seja bem
sucedido, e cujo desconhecimento ou desrespeito pode ocasionar conseqüências
funestas.
No presente texto, Bert Hellinger
fala das ordens que devem presidir toda iniciativa de levar ajuda ao próximo e,
de modo especial, a ação com objetivo ou efeito terapêutico.
********
A ajuda é uma
arte. Como toda arte, envolve uma capacidade que pode ser aprendida e
praticada. E envolve empatia em relação ao objeto, a saber, a compreensão do
que corresponde a esse objeto e, simultaneamente, daquilo que o eleva, por
assim dizer, acima de si mesmo, em algo mais abrangente.
Ajuda como compensação
Nós, seres humanos, dependemos,
sob todos os aspectos, da ajuda dos outros, como condição de nosso
desenvolvimento. Ao mesmo tempo, precisamos também de ajudar outras pessoas.
Aquele de quem não se necessita, aquele que não pode ajudar outros, fica só e
se atrofia. O ato de ajudar serve, portanto, não apenas aos outros, mas também
a nós mesmos. Via de regra, a ajuda é um processo recíproco, por exemplo, entre
parceiros. Ela se ordena pela necessidade de compensar. Quem recebeu de outros
o que deseja e precisa, também quer dar algo, por sua vez, compensando a ajuda.
Muitas vezes, a compensação que
podemos fazer através da retribuição é limitada. Isso ocorre, por exemplo, em
relação a nossos pais. O que eles nos deram é excessivamente grande, para que o
possamos compensar dando-lhes algo em troca. Só nos resta, em relação a eles, o
reconhecimento pelo que nos deram e o agradecimento que vem do coração. A
compensação pela doação, com o alívio que dela resulta, só se consegue, nesse
caso, repassando essa dádiva a outras pessoas: por exemplo, aos próprios
filhos.
Portanto, o
processo de tomar e de dar se processa em dois diferentes patamares. O
primeiro, que ocorre entre pessoas equiparadas, permanece no mesmo nível e
exige reciprocidade. O outro, entre pais e filhos, ou entre pessoas em condição
superior e pessoas necessitadas, envolve um desnível. Tomar e dar se assemelham
aqui a um rio, que leva adiante o que recebe em si. Essa forma de tomar e dar é
maior, e tem em vista também o que virá depois. Nesse modo de ajudar, o que foi
doado se expande. Aquele que ajuda é tomado e ligado a uma realização maior,
mais rica e mais duradoura.
Esse tipo de
ajuda pressupõe que nós próprios tenhamos primeiro recebido e tomado. Pois só
então sentimos a necessidade e temos a força para ajudar a outros,
especialmente quando essa ajuda exige muito de nós. Ao mesmo tempo, ela parte
do pressuposto de que as pessoas a quem queremos ajudar também necessitam e
desejam o que podemos e queremos dar a elas. Caso contrário, nossa ajuda se
perde no vazio. Então ela separa, ao invés de unir.
A PRIMEIRA ORDEM DA AJUDA
A primeira
ordem da ajuda consiste, portanto, em dar apenas o que temos, e em esperar e
tomar somente aquilo de que necessitamos. A primeira desordem da ajuda começa
quando uma pessoa quer dar o que não tem, e a outra quer tomar algo de que não
precisa; ou quando uma espera e exige da outra algo que ela não pode dar,
porque não tem. Há desordem também quando uma pessoa não tem o direito de dar
algo, porque com isso tiraria da outra pessoa algo que somente ela pode ou deve
carregar, ou que somente ela tem a capacidade e o direito de fazer. Assim, o dar
e o tomar estão sujeitos a limites, e pertence à arte da ajuda percebê-los e
respeitá-los.
Essa ajuda é
humilde, e muitas vezes, em face da expectativa e da dor, ela renuncia a agir.
O trabalho com as constelações familiares coloca diante de nossos olhos o que
deve exigir quem ajuda, tanto de si mesmo quanto da pessoa que busca ajuda.
Essa humildade e essa renúncia contradizem muitas concepções usuais sobre a
correta maneira de ajudar, e freqüentemente expõem o ajudante a graves
acusações e ataques.
A SEGUNDA ORDEM DA AJUDA
A ajuda está a
serviço da sobrevivência, por um lado, e da evolução e do crescimento, por
outro. Todavia, a sobrevivência, a evolução e o crescimento também dependem de
circunstâncias especiais, tanto externas quanto internas. Muitas circunstâncias
externas são preestabelecidas e não são modificáveis: por exemplo, uma doença
hereditária, as conseqüências de acontecimentos ou de uma culpa. Quando a ajuda
deixa de considerar as circunstâncias externas ou se recusa a admiti-las, ela
se condena ao fracasso. Isto vale, com maior razão, para as circunstâncias
internas. Elas incluem a missão pessoal particular, o envolvimento nos destinos
de outros membros da família, e o amor cego que, sob o influxo da consciência,
permanece vinculado ao pensamento mágico. O que isso significa em casos
particulares eu expus exaustivamente em meu livro “ Ordens do Amor”, no
capítulo “Do céu que faz adoecer, e da terra que cura”.
Para muitos
ajudantes, o destino da outra pessoa pode parecer difícil, e gostariam de
modificá-lo; não, porém, muitas vezes, porque o outro o necessite ou deseje,
mas porque os próprios ajudantes dificilmente suportam esse destino. E quando o
outro, não obstante, se deixa ajudar por eles, não é tanto porque precise
disso, mas porque deseja ajudar o ajudante. Então, quem ajuda realmente está
tomando, e quem recebe a ajuda se transforma em doador.
A segunda
ordem da ajuda é, portanto, que ela se amolde às circunstancias e só intervenha
com apoio na medida em que elas o permitem. Essa ajuda mantém reserva e possui
força. Há desordem da ajuda, neste caso, quando o ajudante nega as
circunstâncias ou as encobre, ao invés de encará-las, juntamente com a pessoa
que busca a ajuda. Querer ajudar contra as circunstâncias enfraquece tanto o
ajudante quanto a pessoa que espera ajuda ou a quem ela é oferecida ou mesmo
imposta.
O PROTÓTIPO DA AJUDA
O protótipo da
ajuda é a relação entre pais e filhos e, principalmente, a relação entre a mãe
e o filho. Os pais dão, os filhos tomam. Os pais são grandes, superiores e
ricos, ao passo que os filhos são pequenos, necessitados e pobres. Contudo,
porque os pais e os filhos são ligados entre si por um profundo amor, o dar e o
tomar entre eles pode ser quase ilimitado. Os filhos podem esperar quase tudo
de seus pais. E os pais estão dispostos a dar quase tudo a seus filhos. Na
relação entre pais e filhos, as expectativas dos filhos e a disposição dos pais
para atendê-las são necessárias; portanto, estão em ordem.
Contudo, elas
só estão em ordem enquanto os filhos ainda são pequenos. Com o avançar da
idade, os pais vão impondo aos filhos, em escala crescente, limites com os
quais eles eventualmente se atritam e podem amadurecer. Estarão sendo os pais,
nesse caso, menos bondosos para com seus filhos? Seriam pais melhores se não
colocassem limites? Ou, pelo contrário, eles se manifestam como bons pais
justamente ao exigirem de seus filhos algo que também os prepara para uma vida
de adultos? Muitos filhos ficam então com raiva de seus pais, porque preferem
manter a dependência original. Contudo, justamente porque os pais se retraem e
desiludem essas expectativas, eles ajudam seus filhos a se livrarem dessa
dependência e, passo a passo, a agirem por própria responsabilidade. Só assim
os filhos tomam o seu lugar no mundo dos adultos e se transformam de tomadores
em doadores.
A TERCEIRA ORDEM DA AJUDA
Muitos
ajudantes, por exemplo, na psicoterapia e no trabalho social, acham que
precisam ajudar os que lhes pedem ajuda, da mesma forma como os pais ajudam
seus filhos pequenos. Inversamente, muitos que buscam ajuda esperam que os
ajudantes se dediquem a eles como os pais se dedicam a seus filhos, no intuito
de receber deles, tardiamente, o que esperam e exigem dos próprios pais.
O que acontece
quando os ajudantes correspondem a essas expectativas? Eles se envolvem numa
longa relação. Aonde leva essa relação? Os ajudantes ficam na mesma situação
dos pais, em cujo lugar se colocaram com essa vontade de ajudar.
Passo a passo,
eles precisam impor limites aos que buscam ajuda, decepcionando-os. Então estes
desenvolvem freqüentemente, em relação aos ajudantes, os mesmos sentimentos que
tinham antes em relação a seus pais. Assim, os ajudantes que se colocaram no lugar
dos pais, querendo mesmo, talvez, ser pais melhores, tornam-se, para os
clientes, iguais aos pais deles. Porém muitos ajudantes permanecem presos na
transferência e na contratransferência da relação entre filho e pais. Com isso,
dificultam ao cliente a despedida, tanto de seus pais quanto dos próprios
ajudantes. Ao mesmo tempo, uma relação segundo o modelo da transferência entre
pais e filhos impede também o desenvolvimento pessoal e o amadurecimento do
ajudante.
VOU ILUSTRAR ISSO COM UM EXEMPLO:
Quando um
homem jovem se casa com uma mulher mais velha, ocorre a muitos a imagem de que
ele procura um substitutivo para sua mãe. E o que procura ela? Um substitutivo
para seu pai. Inversamente, quando um homem mais velho se casa com uma moça
mais jovem, muitos dizem que ela procurou um pai. E ele? Procurou uma
substituta para sua mãe. Assim, por estranho que soe, quem se obstina por muito
tempo numa posição superior e mesmo a procura e quer manter, recusa-se a
assumir seu lugar entre adultos equiparados.
Existem,
porém, situações, em que convém que, por algum tempo, o ajudante represente os
pais: por exemplo, quando um movimento amoroso precocemente interrompido
precisa ser levado a seu termo. Contudo, diferentemente da transferência da
relação entre pais e filhos, o ajudante apenas representa aqui os pais reais.
Ele não se coloca em lugar deles, como se fosse uma mãe melhor ou um pai
melhor. Por esta razão, também não é preciso que o cliente se desprenda do
ajudante, pois este o leva a afastar-se dele e a voltar-se para os próprios
pais. Então o ajudante e cliente se liberam mutuamente.
Mediante a
adoção desse padrão de sintonia com os pais verdadeiros, o ajudante frustra,
desde o início, a transferência da relação entre os pais e o filho. Pois,
quando respeita em seu coração os pais do cliente, e fica em sintonia com esses
pais e seus destinos, o cliente encontra nele os seus pais, dos quais já não
pode esquivar-se. A mesma coisa vale quando o ajudante precisa lidar com
crianças ou deficientes físicos. Na medida em que ele apenas representa os
pais, e não se coloca em seu lugar, os clientes podem sentir-se em segurança
com ele.
A terceira
ordem da ajuda seria, portanto, que, diante de um adulto que procura ajuda, o
ajudante se coloque igualmente como um adulto. Com isso, ele recusa as
tentativas do cliente para fazê-lo assumir o papel dos pais. É compreensível
que essa atitude do ajudante seja sentida e criticada, por muitas pessoas, como
dureza. Paradoxalmente, essa “dureza” é criticada por muitos como arrogância.
Quem olha bem, vê que a arrogância consistiria antes no envolvimento do
ajudante numa transferência da relação entre pais e filho.
A desordem da
ajuda consiste aqui em permitir a um adulto que faça ao ajudante as exigências
de um filho a seus pais, para que o trate como criança e o poupe de algo pelo
qual somente o cliente pode e deve carregar a responsabilidade e as
conseqüências. É o reconhecimento dessa terceira ordem da ajuda que constitui a
mais profunda diferença entre o trabalho das constelações familiares e
psicoterapia habitual.
A QUARTA ORDEM DA AJUDA
Sob a
influência da psicoterapia clássica, muitos ajudantes freqüentemente encaram
seu cliente como um indivíduo isolado. Com isso, também se expõem facilmente ao
risco de assumirem a transferência da relação entre pais e filho. Contudo, o
indivíduo é parte de uma família. Somente quando o ajudante o percebe assim é
que ele percebe de quem o cliente precisa, e a quem ele possivelmente está
devendo algo.
O ajudante
realmente percebe o cliente a partir do momento em que o vê junto com seus pais
e antepassados, e talvez também junto com seu parceiro e com seus filhos. Então
ele percebe quem, nessa família, precisa principalmente de sua atenção e de sua
ajuda, e a quem o cliente precisa dirigir-se para reconhecer os passos
decisivos e levá-los a termo. Isto significa que a empatia do ajudante precisa
ser menos pessoal e – principalmente - mais sistêmica. Ele não se envolve num
relacionamento pessoal com o cliente. Esta é a quarta ordem da ajuda.
A desordem da
ajuda, neste caso, consistiria em não contemplar nem honrar outras pessoas
essenciais, que teriam em suas mãos, por assim dizer, a chave da solução.
Incluem-se entre elas, sobretudo, aquelas que foram excluídas da família, por
exemplo, porque os outros se envergonharam delas.
Também aqui é
grande o perigo de que essa empatia sistêmica seja sentida como dureza pelo
cliente, sobretudo por aqueles que fazem reivindicações infantis ao ajudante.
Pelo contrário, aquele que busca a solução, de maneira adulta, sente esse
enfoque sistêmico como uma liberação e uma fonte de força.
A QUINTA ORDEM DA AJUDA
O trabalho da
constelação familiar aproxima o que antes estava separado. Nesse sentido, ele
está a serviço da reconciliação, sobretudo com os pais. O que impede essa
reconciliação é a distinção entre bons e maus membros da família, tal como é
feita por muitos ajudantes, sob o influxo de sua consciência e de uma opinião
pública presa nos limites dessa consciência. Por exemplo, quando um cliente se
queixa de seus pais, das circunstâncias de sua vida ou de seu destino, e quando
um ajudante se associa à visão desse cliente, ele serve mais ao conflito e à
separação do que à reconciliação. Portanto, alguém só pode ajudar, no sentido
da reconciliação, quando imediatamente dá um lugar em sua alma à pessoa de quem
o cliente se queixa. Assim, o ajudante antecipa na própria alma o que o cliente
ainda precisa realizar na sua.
A quinta ordem
da ajuda é portanto o amor a cada pessoa como ela é, por mais que ela seja diferente
de mim. Dessa maneira, o ajudante abre a essa pessoa o seu coração, de modo que
ela se torna parte dele. Aquilo que se reconciliou em seu coração também pode
reconciliar-se no sistema do cliente. A desordem da ajuda seria aqui o
julgamento sobre outros, que geralmente é uma condenação, e a indignação moral
associada a isso. Quem realmente ajuda, não julga.
A PERCEPÇÃO ESPECIAL
Para poder
agir de acordo com as ordens da ajuda, não é preciso qualquer percepção
especial. O que eu disse aqui sobre as ordens da ajuda não deve ser aplicado de
forma precisa e metódica. Quem tentar isso estará pensando, ao invés de
perceber. Ele reflete e recorre a experiências anteriores, em vez de se expor á
situação como um todo e apreender dela o essencial. Por isso, essa percepção
envolve ambos os aspectos: ela é simultaneamente direcionada e reservada. Nessa
percepção, eu me direciono a uma pessoa, porém sem querer algo determinado, a
não ser percebê-la interiormente, de uma forma abrangente, e com vistas ao
próximo ato que se fizer necessário.
Essa percepção
surge do centramento. Nela, eu abandono o nível das ponderações, dos
propósitos, das distinções e dos medos, e me abro para algo que me move
imediatamente, a partir do interior. Aquele que, como representante numa
constelação, já se entregou aos movimentos da alma e foi dirigido e impelido
por eles de uma forma totalmente surpreendente, sabe de que estou falando. Ele
percebe algo que, para além de suas ideias habituais, o torna capaz de ter
movimentos precisos, imagens internas, vozes interiores e sensações inabituais.
Esses
movimentos o dirigem, por assim dizer, de fora, e simultaneamente de dentro.
Perceber e agir acontecem aqui em conjunto. Essa percepção é, portanto, menos
receptiva e reprodutiva. Ela é produtiva; leva à ação, e se amplia e aprofunda
no agir.
A ajuda que
decorre dessa percepção é geralmente de curta duração. Ela fica no essencial,
mostra o próximo passo a fazer, retira-se rapidamente e despede o outro
imediatamente em sua liberdade. É uma ajuda de passagem. Há um encontro, uma
indicação, e cada um volta a trilhar o próprio caminho. Essa percepção
reconhece quando a ajuda é conveniente e quando seria antes danosa. Reconhece
quando a ajuda coloca tutela ao invés de promover, e quando serve para remediar
antes a própria necessidade do que a do outro. E ela é modesta.
OBSERVAÇÃO, PERCEPÇÃO, COMPREENSÃO,
INTUIÇÃO, SINTONIA
Talvez seja
útil descrever aqui ainda as diferentes formas de conhecimento, para que,
quando ajudamos, possamos recorrer ao maior número delas que for possível, e
escolher entre elas. Começo pela observação.
A observação é
aguda e precisa, e tem em vista os detalhes. Como é tão exata, é também
limitada. Escapa-lhe o entorno, tanto o mais próximo quando o mais distante.
Pelo fato de ser tão exata, ela é próxima, incisiva, invasiva e, de certa
maneira, impiedosa e agressiva. Ela é condição para a ciência exata e para a
técnica moderna decorrente dela.
A percepção é
distanciada. Ela precisa da distância. Ela percebe simultaneamente várias
coisas, olha em conjunto, ganha uma impressão do todo, vê os detalhes em seu
entorno e em seu lugar. Contudo, é imprecisa no que toca aos detalhes. Este é
um dos lados da percepção. O outro lado é que ela entende o observado e o
percebido. Ela entende o significado de uma coisa ou de um processo observação
e percebido. Ela vê, por assim dizer, por trás do observado e do percebido,
entende o seu sentido. Acrescenta, portanto, à observação e à percepção externa
uma compreensão.
A compreensão
pressupõe observação e percepção. Sem observação e percepção, também não existe
compreensão. E vice-versa: sem compreensão, o observado e percebido permanece
sem relação. Observação, percepção e compreensão compõem um todo. Somente
quando atuam em conjunto é que percebemos de uma forma que nos permite agir de
forma significativa e, principalmente, também ajudar de uma forma
significativa.
Na execução e
na ação, freqüentemente aparece ainda um quarto elemento: a intuição. Ela tem
afinidade com a compreensão, assemelha-se a ela, mas não é a mesma coisa. A
intuição é a compreensão súbita do próximo passo a dar. A compreensão é muitas
vezes geral, entende todo o contexto e todo o processo. A intuição, em
contraposição, reconhece o próximo passo e, por isso, é exata. Portanto, a
relação entre a intuição e a compreensão é semelhante à relação entre a
observação e a percepção.
Sintonia é uma
percepção a partir do interior, num sentido amplo. Como a intuição, ela também
se direciona para a ação, principalmente para a ação de ajuda. A sintonia exige
que eu entre na mesma vibração do outro, alcance a mesma faixa de onda,
sintonize com ele e o entenda assim. Para entendê-lo, também preciso ficar em
sintonia com sua origem, principalmente com seus pais, mas também com seu
destino, suas possibilidades, seus limites, e também com as conseqüências de
seu comportamento e de sua culpa; e, finalmente, com sua morte.
Ficando em
sintonia, eu me despeço, portanto, de minhas intenções, de meu juízo, de meu
superego e de suas exigências sobre o que eu devo e preciso ser. Isso quer
dizer: fico em sintonia comigo mesmo, da mesma forma que com o outro. Dessa
maneira, o outro também pode ficar em sintonia comigo, sem se perder, sem
precisar temer-me. Da mesma forma, também posso ficar em sintonia com ele
permanecendo em mim mesmo. Não me entrego a ele, mas mantenho distancia na
sintonia. Com isso, ao ajudá-lo, posso perceber exatamente o que posso fazer e
o que tenho o direito de fazer. Por esta razão, a sintonia é também passageira.
Ela dura apenas enquanto dura a ação da ajuda. Depois, cada um volta à sua
própria vibração. Por esta razão, não existe na sintonia transferencia nem
contratransferência, nem a chamada relação terapêutica. Portanto, um não assume
a responsabilidade pelo outro. Cada um permanece livre do outro.
SOBRE O MOVIMENTO INTERROMPIDO
Quando uma
criança pequena não teve acesso à mãe ou ao pai, embora precisasse deles com
urgência e ansiasse por eles, por exemplo, numa longa internação hospitalar,
esse anseio se transforma em dor de perda, em desespero e raiva. A partir daí,
a criança se retrai diante de seus pais e, mais tarde, também de outras
pessoas, embora anseie por eles. Essas conseqüências de um movimento amoroso
precocemente interrompido são superadas quando o movimento original é retomado
e levado a seu termo. Nesse processo, o ajudante representa a mãe ou o pai
daquele tempo, e o cliente pode completar o movimento interrompido, como a
criança de então.
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